terça-feira, dezembro 30, 2003

É bom que se saiba!

Até 31 deste mês deste ano de 2003, sou eu o presidente.
Não tenho, por isso, de mandar nenhuma referência especial ao mesmo.
Para todos os outros, CIDADÃOS BLOGISTAS e leitores, aqui vai um voto sincero de bom 2004, sobretudo na companhia deste blog que se vai prolongar por...
Ninguém sabe ao certo, quanto tempo!
A fechar o ano servem-se os restos do Natal.
Os momentos 40.
Depois só faltam os 50 e finalmente será o concluir da história misteriosa.
Da produção; notícias, nem vistas nem ouvidas.
Enquanto isso os momentos fervilham.

"Momento 47.
No hotel em Malta: o Conde está deitado na sua cama, parecendo dormir. A Condessa entra no quarto, lenta e silenciosamente, tentando não acordar o marido.
Sem se mexer, sem sequer se voltar para encarar a mulher, o Conde começa a falar. Diz que a despreza, sempre a desprezou, e agora que tem a certeza de que foi traído, ainda a despreza mais.
Para manter as aparências, e para castigar Luísa, garante-lhe que não vai permitir que o casamento dos dois acabe. Vai manter a farsa até ao fim, ciente da vagabunda que tem por esposa.
Mas a tolerância do Conde para com a promiscuidade da Condessa tem um preço: já que Luísa é agora amante de um oficial inglês, terá de manter o marido informado e ajudá-lo a influenciar as acções de Rytmel de acordo com as instruções do Conde.
A Condessa não acredita no que está a ouvir. Pretende o Conde usá-la como se ela fosse uma vulgar rameira?
O Conde responde-lhe que sim, porque é o que ela é. Depois deseja-lhe boa noite e apaga a luz, deixando a Condessa no escuro, de pé, com o peso do mundo sobre os ombros.

Momento 48.
Na manhã seguinte, o Conde e D. Nicázio estão no bar do hotel, quando vêem Rytmel e a Condessa regressarem de um passeio.
Com o tom bajulador que lhe é peculiar, o Conde mostra-se felicíssimo por ver que Rytmel está a convalescer tão rapidamente de um atentado tão terrível.
Rytmel minimiza o esfaqueamento de que foi vítima; a ferida não foi nada profunda. Cinicamente, o Conde congratula-se em voz alta por ter uma mulher tão maravilhosa, que até se dispõe a passear pela ilha com o capitão, para ajudá-lo a apanhar ar fresco, tão importante para uma boa convalescença. A Condessa baixa o olhar, incapaz de encarar o marido.
O Conde prossegue a sua lisonja desproporcionada. Diz a Rytmel que o considera um herói. Rytmel mente, fingindo não perceber a que é que o Conde se refere, mas ele explica-lhe que os boatos correm rapidamente, e que já toda a gente sabe que o inglês foi apunhalado ao tentar salvar a vida do Príncipe de Gales.
Rytmel não confirma, nem desmente; os seus propósitos estão cumpridos, e sabe que o melhor que tem a fazer agora é permanecer calado acerca dos acontecimentos da noite anterior.
Rytmel pede autorização ao Conde para dar um passeio de barco com a Condessa até à Ilha de Gozzo, a oito quilómetros de Malta. A ideia desta excursão, segundo Rytmel, foi de Lord Grenley, que até se predispôs a emprestar o iate para ajudar Rytmel a recuperar dos ferimentos.
O Conde anui imediatamente; acha uma óptima ideia, que fará bem não só a Rytmel, mas também à própria Condessa, que passou por momentos muito atribulados e precisa de espairecer.
Vasco, que desceu as escadas entretanto, vindo do seu quarto, ouviu o suficiente da conversa para perceber o que se passa. Imediatamente, oferece-se para acompanhar a prima naquela viagem de barco, junto com Rytmel.
Rytmel vai para protestar, mas o Conde é mais rápido: diz a Vasco que não tem nada que se fazer convidado; intrometer-se nos assuntos alheios é uma falta de educação a que uma pessoa da estirpe do capitão Rytmel não está habituada.
Vasco responde: quais assuntos alheios? Luísa é sua prima e esposa do Conde. Vasco sente que tem toda a legitimidade para exigir acompanhá-la nesta excursão, para zelar pela sua segurança. O Conde diz-lhe que Luísa não precisa de temer nada quando está do lado de Rytmel: o capitão inglês provou bem o seu valor e a sua coragem no acto heróico que realizou na noite passada.
Vasco acha estranho que o Conde pense assim. Sempre incumbiu o primo de acompanhar a Condessa fosse ela para onde fosse, para lhe dar a protecção que ele próprio não dava; não percebe porque é que desta vez havia de ser diferente.
O Conde não sabe o que responder a isto, e gera-se um impasse; até que Rytmel, que já percebeu que só muito dificilmente poderá fazer a viagem sem Vasco, se limita a olhar duramente para o jovem e a dizer-lhe que será como ele quer. Avisa-o das horas a que é suposto partirem, e afasta-se, irritado, junto com a Condessa.
Vasco olha furioso para o Conde, e depois afasta-se também, a passos largos.
Nicázio pergunta ao Conde se tem consciência de que, mais cedo ou mais tarde, vai perder a Condessa, irremediavelmente. O Conde pega no seu copo, dá um gole, e fica a olhar para a mulher, que se afasta com o inglês.
Sem olhar para Nicázio responde-lhe “Já perdi”. E, pela primeira vez, o seu semblante apresenta uma profunda tristeza, por saber que acaba de perder a mulher que não soube amar.

Momento 49.
Vasco acompanha a Condessa e Rytmel até ao barco supostamente disponibilizado por Lord Grenley; mas não há sinais do Comandante. Toda a tripulação, assim como o piloto árabe, são desconhecidos de Vasco.
O jovem pergunta a Rytmel o que se passa. O inglês responde dizendo apenas que Lord Grenley afinal não pôde vir, mas que estão prontos a zarpar, de qualquer forma.
Rytmel entra para o barco e dá instruções à tripulação.
A Condessa olha para o barco e o mar, nitidamente ansiosa por partir. Vasco olha-a da cabeça aos pés, e diz-lhe que nunca a viu tão bela antes.
A Condessa sorri, e pede ao primo, uma única vez, que os deixe ir sozinhos. É quase como se lhe tentasse dizer, sem falar, que pretende fugir com o inglês. Mas Vasco não percebe, ou não quer perceber, aquilo que a prima lhe está a tentar transmitir. Diz-lhe que não tem outro remédio a não ser ir com eles; é o seu papel, seguir Luísa e protegê-la.
Sem mais uma palavra, a Condessa entra para o barco.
Chega Carmen, que se vem despedir de Vasco. Rytmel vê-a no cais, mas depressa desvia o olhar.
Carmen é uma sombra da mulher que era. Parece francamente debilitada, e a sua energia parece ter desaparecido.
Abraça Vasco, e relembra-o da promessa que ele lhe fez: matar Rytmel. Dá-lhe um beijo e coloca-lhe uma pistola no bolso.
Antes que Vasco tenha qualquer tipo de reacção, Carmen empurra-o para o barco, que já está de partida.
Vasco fica a olhar para ela, imóvel no cais, enquanto o barco se afasta. Olha para trás, na direcção de Rytmel e da prima. Rytmel olha em frente, costas voltadas para a Ilha de Malta. A Condessa olha para Carmen, já ao longe, e depois para o primo. Baixa o olhar, e olha depois na mesma direcção para onde olha Rytmel.
Vasco volta a olhar para o cais. Mas Carmen desapareceu."

Em 2004 será o fim
neste blog perto de si

BOAS ENTRADAS

sexta-feira, dezembro 26, 2003

A coisa vai bem

Recebi um @ de um amigo.
Na realidade, como que, um presente de Natal.
A história sente-se, está bem e recomenda-se.
Segundo o meu amigo, a confiança nos meus momentos é, praticamente, total e sem reservas.
Estou muito contente porque este meu amigo é alguém que escreve, filma e lê como poucos.
Aqui vão mais uns momentos, que fazem com que a história caminhe para o final.
A produção não se faz sentir.
Porquê?

"Momento 44.
Enquanto enterra a pá na terra do matagal por trás da casa de Sintra, junto com Sidónio e Ferrão, Vasco chora.
Estão a cavar um buraco para enterrar o inglês. Sidónio diz não acreditar que está de facto a fazer aquilo. É como se fosse tudo um sonho, uma mentira.

Momento 45.
Eça e Ramalho encontram-se numa zona mal?iluminada dos corredores. Estão os dois visivelmente muito tensos: basta o som de uma porta de um camarote próximo abrir-se para os corredores para que ambos se sobressaltem, antevendo uma qualquer ameaça; mas é apenas uma velha senhora que se dirige talvez para as casas de banho.
Ramalho diz a Eça que teve uma ideia para acabar de vez com este jogo, este despique literário que levou os dois jornalistas a criar toda uma intriga que não existe, com personagens que só vivem na cabeça dos dois. Na ânsia de se superarem um ao outro, foram acrescentando pormenores a esta história fictícia, até que ela cresceu e deixou de se tornar inofensiva para passar a fazer parte das principais atenções por parte das mais altas esferas.
Eça está curioso em saber o que Ramalho propõe para que se consigam safar desta confusão que ambos criaram. Se os obrigarem a apresentar provas daquilo que têm vindo a escrever nos jornais, não tem salvação possível, pois é tudo inventado; e se confessarem que tudo não passa de uma mentira que fugiu do controlo dos seus criadores, arriscam-se a ser presos.
Mas, sugere Ramalho, e se as provas ardessem? Eça não quer acreditar, mas a verdade é que Ramalho propõe que peguem fogo à redacção, para depois alegar que todas as provas que tinham daquilo que escreveram foram consumidas pelas chamas.

Momento 46.
No cozinha da casa de Sintra, o corpo do inglês morto jaz sobre a mesa. A Condessa chora enquanto olha para a fotografia que Rytmel lhe deu.
Aproxima-a do candeeiro a petróleo e pega-lhe fogo. Fica a vê-la consumir-se em chamas, enquanto as lágrimas lhe caem de forma cada vez mais abundante.
O cocheiro, imóvel junto à porta, volta a dizer as suas palavras, que se assemelham cada vez mais a um presságio: “Fogo. Tudo acabará em fogo”."

Os momentos aproximan-se do fim
neste blog perto de si

quarta-feira, dezembro 24, 2003

CONSOADA

Que coisa se escreve num sítio destes na véspera de um ocasião como esta?
Quem sabe?
Aqui tratamos de um filme, ao qual, aproveito desde já, para desejar um Feliz Natal e um Bom Ano de 2004, extensivo a todos os que me têm acompanhado nesta saga misteriosa.
De momento resta-me informar que estou na fase de leitura e análise do novo guião, que entretanto está a ser lido por pessoas que sabem ler e imaginar.
Tenho recebido reclamações, porque não publico a história com mais assiduidade.
É natal; tomem lá então, para se entreterem, mais alguns momentos.

"Momento 40.
No interior do quarto, Rytmel está na cama, de tronco nu e com o peito envolto em faixas ensanguentadas.
Luísa tem um pano molhado nas mãos, com o qual limpa a testa de Rytmel. Este pergunta-lhe se contou alguma coisa a alguém. A Condessa diz-lhe que não.
Foi Carmen que o apunhalou. E, ao fazê-lo, acabou por fazer um favor a Rytmel. Depois do desaparecimento dos documentos, Rytmel estava em maus lençóis. Quando se viu vítima de um atentado contra a sua vida, Rytmel pôde usar isso a seu favor. Na versão que contou ao oficial seu superior, perseguia um vulto suspeito que tentava entrar no quarto do Príncipe de Gales pela janela. Arriscou a própria vida para proteger o seu príncipe. O oficial seu superior, apesar de não ficar muito convencido da versão contada por Rytmel e pela Condessa, acabou por aliviar a pressão sobre o capitão.
A esta hora já o Príncipe foi evacuado para longe de uma ameaça que não existe.
A Condessa começa a chorar. A possibilidade de Rytmel ter sido assassinado à sua frente, sem que ela pudesse fazer nada, perturbou-a incrivelmente.
Rytmel enxuga-lhe as lágrimas e beija-a. Pede-lhe que fuja com ele, para que fiquem juntos. O pedido ainda faz a Condessa chorar mais: como podem fazê-lo? Rytmel responde-lhe apenas que basta Luísa confiar nele.
Beijam-se apaixonadamente, enquanto Rytmel a puxa para junto de si, para a cama.

Momento 41.
No seu quarto do hotel de Malta, Nicázio esbofeteia Carmen. A cubana, cujo vestido, está a chorar convulsivamente.
O espanhol, sem levantar a voz, repreende-a ferozmente, dizendo-lhe que uma coisa é ela andar a dormir com este e com aquele nas suas barbas; outra bem diferente é tentativa de homicídio; ainda por cima de um oficial inglês. Será Carmen capaz de imaginar a carga de trabalhos que poderiam advir para o próprio Nicázio caso se descobrisse ter sido ela a autora daquele esfaqueamento?
Pela primeira vez, Carmen parece uma mulher frágil. Percebe finalmente que foi irremediavelmente abandonada por Rytmel. O marido apercebe-se da extrema fragilidade da cubana naquele momento, e aproveita para evidenciar a sua masculinidade recém-descoberta.
Chama-a de vagabunda, e diz-lhe que, pelo menos, podia ter mesmo roubado os documentos a Rytmel, já que dormiu com ele; mas pelos vistos é estúpida demais para saber aproveitar a oportunidade dada a quem tem tanta facilidade em entrar e sair no quarto de um oficial de Sua Majestade.
D. Nicázio sai do quarto, deixando Carmen sozinha, a chorar convulsivamente. Bate com a porta, e depois fica por uns momentos parado no corredor. Ajeita o colarinho, sorri, satisfeito consigo mesmo, e caminha resolutamente pelo corredor, em direcção ao salão de festas.

Momento 42.
No S. Carlos, Eça e Ramalho assistem a um ópera. Cada um deles está em camarotes separados. A ária interpretada pela cantora no centro do palco é belíssima, mas os dois jornalistas não lhe prestam muita atenção, imersos que estão nas suas preocupações e pensamentos.
Ramalho faz sinal a Eça para que se encontrem lá fora, nos corredores.

Momento 43.
A voz da cantora de ópera do S. Carlos continua a ouvir-se, emprestando o seu dramatismo ao regresso de Vasco ao quarto de Rytmel.
Depois de se certificar que ninguém o observa, Vasco leva lentamente a mão à maçaneta da porta do quarto e, com todo o cuidado para não fazer barulho, abre-a.
Ouvem-se gemidos de prazer. Vasco fica imóvel, sentindo-se como se a vida abandonasse o seu corpo, enquanto vê a Condessa e Rytmel em pleno acto sexual. Uma única lágrima cai pelo rosto de Vasco."

Tenham muitos presentes são os meus votos
neste blog perto de si

domingo, dezembro 21, 2003

Que miséria da Domingo!

Mais um Domingo.
Dia de comentários.
Não há!
Miseravelmente, tenho alguns guardados para estas eventualidades.
Mas não é coisa de que me gabe.
Então; Domingo é Domingo, mas muito...(escolha o adjectivo)

De um caro amigo, que sempre que visita este blog tem sempre uma palavra de apreço (seja ela qual for).

"Caro Paixão,
Tenho andado afastado do seu blog. Creio não ter perdido nada.
Hoje, quando lá voltei, lembrei-me duma piada já antiga:
Um alcoólico desempregado, mentiroso, caloteiro, mau jogador de golf e escritor de blogs diz para o filho:
- na realidade não sou totalmente inútil. Pelo menos sirvo de mau exemplo.
Abraço"

De uma amiga, que me tem honrado com os seus comentários e de quem já tenho saudades de receber alguns, por serem dos melhores e mais interessados.

"Reli o Mistério aos bocados e ando numa roda viva por sua culpa!!! Ei... estou a brincar... acontece que levei o livro e deixei-o na Biblioteca em Salamanca quando devolvi os livros que pedi lá emprestados. Já mandei uma serie de e-mails para ver se o encontram, pois as anotações que lhe tinha feito eram muito interessantes, quanto mais não seja por terem sido feitas quando tinha 10 ou 11 anos.
Continuarei a dar noticias. Sempre."

Foi Domingo
neste blog perto de si

sexta-feira, dezembro 19, 2003

De novo na senda da verdade

O que é a verdade?
Ninguém pode afirmar que sabe o que é a verdadeira verdade.
É tão verdade, a minha insignificante pessoa, ter sido nomeado presidente pelo próprio presidente, como é verdade este Mistério estar cada vez mais entroncado, mas a caminho do fim.
Novos momentos, são disso prova.

"Momento 38.
Vasco, o Conde, D. Nicázio e a Condessa (já com roupas limpas) estão à porta do quarto de Rytmel.
Continua a ouvir-se o som de música e festa, vindo do salão do hotel, lá em baixo. Ao que parece, o atentado à vida de Rytmel passou despercebido à maioria.
A porta do quarto de Rytmel abre-se. Do seu interior sai o mesmo oficial inglês que antes tinha gritado com Rytmel na escadaria do hotel.
Educadamente, mas com um ar sisudo, o oficial informa-os de que Rytmel está bem; a ferimento de punhal não foi muito profundo.
O Conde, no seu tom bajulador, dá graças a Deus por Rytmel estar bem, e lamenta imenso que uma coisa horrível destas tenha acontecido exactamente num dia tão especial como é este, em que se comemora o aniversário do Príncipe.
O oficial olha para o Conde e pede-lhe que mantenha este atentado em segredo, ninguém deve saber o que se passou; e estende o pedido a todos os presentes.
Fixa a Condessa e pergunta-lhe se tem mesmo a certeza de que não viu quem foi. A Condessa baixa o olhar, e abana negativamente a cabeça. Mantém a sua versão de que foi tudo muito rápido, estava escuro demais, e não viu mais nada a não ser Rytmel a cair no chão, enquanto sangrava.
O oficial olha para ela com uma expressão fechada, durante alguns instantes, e depois diz-lhe que o Capitão Rytmel quer vê-la, e faz sinal para que a Condessa entre.
Vasco faz tenções de segui-la, mas o oficial impede-o: só a Condessa, sozinha. Depois afasta-se, apressado, em direcção ao salão onde decorre a festa.
Luísa abre a porta, entra, e fecha-a atrás de si.
O Conde parece acreditar que foi Vasco quem o esfaqueou. VASCO nega tudo. D. Nicázio permanece calado. O Conde sorri, e diz a Vasco que está na altura de saírem dali: Rytmel está bem e, se precisar de alguma coisa, a Condessa está do seu lado para cuidar de todas as suas necessidades.
Relutante, e olhando para a porta do quarto de Rytmel como se quisesse ver o que se passa para além dela, Vasco lá acaba por se afastar pelo corredor junto com o Conde e D. Nicázio.

Momento 39.
No salão de festas, o oficial aproxima-se do Príncipe de Gales, que está rodeado de mulheres e outros oficiais ingleses. Segreda-lhe qualquer coisa ao ouvido, que deixa o Príncipe com um ar consternado.
O Príncipe de Gales despede-se apressadamente de todos os que o rodeiam e sai do salão.
No átrio do hotel, os empregados têm já a bagagem do príncipe pronta a ser carregada para dentro de um coche, que levará o Príncipe para um barco, para longe de Malta."

Só faltam os 40 e os 50.
depois entramos em produção, neste blog perto de si

quarta-feira, dezembro 17, 2003

Preparem-se para uma vénia

Levantem-se!
Dobrem-se até onde puderem!
Abram os braços e gritem:
"Muitos parabéns senhor presidente"
É verdade; hoje é o aniversário do senhor presidente, que faz questão de saber mais coisas sobre o fado.
Sobre o fado, é muito fácil, clique aqui e verá. Viu? foram só "Muitos Parabéns".
Domingo não houve "nest blog perto de si" porque não houve Domingo 8.
Isto é; não apareceram os tão desejados comentários.
Não volta a acontecer, porque felizmente tenho uns em carteira. Só os estava a guardar para melhores dias.
Não é exactamente isto que se deve fazer em tempo de crise?
E o tempo é de quê?
E melhores dias virão.
Entretanto tomem lá mais mistério:

"Momento 35.
Rytmel e a Condessa caminham pelo jardim, ao luar. O som da festa no
interior do hotel desvanece-se à medida que avança.
O inglês pede desculpas à Condessa pelo que se passou hoje com o seu
primo. A Condessa retribui-lhe o pedido de desculpas, em nome do primo,
dizendo que o temperamento tempestivo de Vasco já várias vezes o
colocou em situações bastante desagradáveis.
O ambiente, o facto de estarem sozinhos, e a tensão acumulada nas
últimas horas, fazem com que Rytmel e a Condessa se aproximem cada vez
mais.
Beijam-se, demoradamente, até que o ruído de uns arbustos os faz olhar
ao mesmo tempo para o local de onde o som pareceu vir.
Agarrado à Condessa, o inglês grita para a escuridão, perguntando quem
ali se esconde.

Momento 36.
D. Nicázio e o Conde fumam um charuto à porta do hotel. Nicázio
pergunta ao Conde se está certo de querer atirar a sua mulher para os
braços do inglês. É um jogo muito perigoso, e que acaba por dar maus
resultados.
Nessa altura surge Vasco, que vai a entrar para o hotel, com um ar
perturbado. O Conde mostra-se surpreendido, pois pensava que Vasco
estava no seu quarto.
Vasco responde-lhe apenas que foi dar uma volta para apanhar ar, e é
nessa altura que D. Nicázio deixa cair o copo que tem na mão perante a
visão da Condessa.
Luísa aproxima-se, cambaleante e desgrenhada, o seu vestido coberto de
sangue. Tudo o que consegue balbuciar é que Rytmel está morto.

Momento 37.
Pelos corredores da casa de Sintra, Vasco, Sidónio, Ferrão e o cocheiro
carregam o corpo do inglês morto.
O plano é deixá-lo na cozinha, para depois cavarem um túmulo nas
traseiras da casa, no meio do matagal, na esperança de que o corpo
nunca seja encontrado.
O cocheiro, no entanto, parece ter outra opinião sobre o que devia ser
feito ao corpo do inglês. Volta a repetir a sua lenga-lenga
premonitória, dizendo que tudo acabará em chamas."

E vão ver que o mais certo é isto acabar tudo queimado.
Enquanto não vem a vaga
neste blog perto de si

sábado, dezembro 13, 2003

Estou cheio de pressa 2

É verdade, estou novamente cheio de pressa.
Tenho de ir fazer uma coisa que qualquer um pode fazer por mim desde que conheça o significado da palavra estóico.
É que ver jogar o Benfica nos dias que correm exige de nós um desenvolvimento oportuno de um sentimento aguçado e subjacente com o saber sofrer.
Vou ver o Bin com carinhosamente lhe chamo desde que deixou de ser campeão (há muitos anos).
Entretanto e entre tanto fica o prometido entre-tenimento.

"Momento 33.
Eça está sentado a escrever, à luz do candeeiro de petróleo. Ouve a porta da redacção abrir-se, mas não olha para trás. Pensando que é Ramalho, limita-se a dizer que já sabia que ele ia voltar atrás, pois tudo isto está, na realidade, a dar-lhe tanto gozo como a si.
Entusiasmado, vira-se para encarar Ramalho enquanto lhe diz que tem de ler o que acabou de escrever. Depara-se com Ramalho, sim, mas acompanhado de um homem de sobretudo negro. Ramalho diz a Eça que aquilo que acabou de escrever é exactamente o que aquele agente da secreta quer ler.
O homem traz consigo um exemplar do jornal daquele dia. Pede a Eça para ler o que ele acabou de escrever, mas Eça responde-lhe que, se quer ler, terá de aguardar até o dia seguinte para ler no jornal, como todas as pessoas sabem.
Ramalho treme com esta atitude de Eça. O homem de sobretudo pretende que os dois jornalistas lhe digam como é que sabem tanta coisa sobre aquele caso; como é que têm conhecimento de documentos que a secreta nem sequer sabia que existiam.
Eça responde apenas que não podem revelar as suas fontes, mas que tudo o que sabem está publicado nos jornais, e será publicado à medida que os acontecimento se desenrolarem.
Por último, aponta para a sala destruída à sua volta, com todos os papéis e vidros partidos espalhados pelo chão e, ironicamente, diz que se o agente quiser, pode revistar a redacção à vontade.
Se o homem de sobretudo negro ficou irritado com a arrogância de Eça, não o demonstra. Impassível, despede-se com a promessa de que se voltarão a ver em breve, e sai.
Agora que o agente da secreta já não está na sala, Eça deixa-se dominar pelo que realmente sente, e o seu semblante fica carregado.
Ramalho pergunta-lhe se continua a não achar que têm de pôr termo a toda aquela situação imediatamente.

Momento 34.
Nessa noite, no hotel de Malta, festeja-se o aniversário do Príncipe de Gales. O salão está em festa, e as pessoas começam a sentar-se nos seus lugares.
O Conde e a Condessa estão sentados quando vêem Nicázio chegar ao salão sozinho. O Conde acena-lhe, e Nicázio aproxima-se.
A Condessa pergunta por Carmen; o espanhol pigarreia e responde que a mulher se sente indisposta. Nicázio repara que Vasco também não está presente. O Conde conta-lhe abreviadamente o episódio à porta do seu quarto, entre Vasco e Rytmel. Nicázio sorri.
Nesse instante, Rytmel chega ao salão. O Conde desfaz-se em mesuras, dando os parabéns ao inglês pelo aniversário do Príncipe como se fosse Rytmel o aniversariante.
Aproveitando aquele arremedo de bajulação por parte do Conde, Rytmel atreve-se a pedir como que um presente de aniversário em nome do Príncipe de Gales: levar a Condessa para um passeio pelo jardim. A Condessa fica simultaneamente encantada pela atitude do inglês, e surpreendida pela imediata autorização do marido.
Rytmel sai para o jardim junto com Luísa, que ainda deita um último olhar para o marido, confusa. O Conde levanta o copo, como que fazendo um brinde na sua direcção, enquanto diz a D. Nicázio que pensou muito no que ele lhe disse acerca das vantagens dos maridos traídos."

Nada mal para o fim de semana.
Amanhã é Domingo
neste blog perto de si

sexta-feira, dezembro 12, 2003

Estou cheio de pressa
Vou fazer uma coisa que ninguém pode fazer por mim.
Escutar uns fadinhos, cantados pela minha prima, irmã que nunca tive.
Mas não queria partir sem deixar aqui o início dos momentos 30.
Filmar deu-me tanto prazer que não me apeteceu escrever durante vários dias. Aliás não me apeteceu praticamente mais nada que filmar.
Vejam um teledidisco ou videoclip, como quiserem chamar-lhe, que vai sair antes do natal. Tem um frade e umas crianças a canatar num local que faz lembrar o coro de uma igreja. Ah! E também tem músicos.
Aceito considerações.
Até lá, aqui vai...

"Momento 30.
Na casa de Sintra, Vasco pega no cadáver de Rytmel pelos colarinhos. Está furioso, e grita com o inglês como se este o pudesse ouvir.
Se a Condessa tem sífilis, a culpa é de Rytmel. Vasco deseja que o inglês estivesse vivo para poder matá?lo outra vez.
Sidónio e Ferrão têm de pegar em Vasco para evitar que ele espanque o corpo sem vida, naquele acesso de loucura, e tentam acalmá-lo.


Momento 31.
De volta ao corredor: Rytmel continua a caminhar, incomodado com a estranha expressão no rosto do rapaz.
Quando passa por ele, cumprimenta-o com um aceno, e continua a andar, afastando-se. Mas quando Vasco lhe pergunta se já encontrou os documentos que perdeu, Rytmel estaca. Olha para Vasco e, súbito, atira-se a ele, imobilizando-o contra a parede com o braço junto ao pescoço.
O inglês exige que Vasco lhe conte o que sabe sobre os documentos. Vasco, falando com dificuldade, diz-lhe que não se fala de outra coisa entre os passageiros do cruzeiro. Apesar de ali em Malta tudo estar em aparente normalidade, e de se ir até comemorar o aniversário do Príncipe de Gales, em Lisboa o clima é de ebulição, como uma fornalha prestes a explodir; Rytmel não podia esperar que certas coisas passassem despercebidas, apesar do inglês pretender mantê-las em segredo. Aliás, comenta Vasco, permitindo-se uma arrojada provocação, para quem se encontra na situação de desvantagem que ele se encontra, se os documentos desapareceram, Rytmel só pode culpar a si próprio por não ter tomado as devidas provocações com algo tão valioso.
Rytmel fica lívido. Levanta a mão como se fosse esmurrar violentamente Vasco; mas nesse momento, a Condessa abre a porta, e grita quando vê Rytmel prestes a bater no primo.
Rytmel larga imediatamente Vasco, que compõe a roupa. Luísa, que sabe da animosidade que o primo nutre pelo inglês, põe-se imediatamente do lado de Rytmel: se o capitão estava prestes a esmurrar Vasco, era por certo devido às provocações do primo.
Vasco olha para a Condessa, e depois para Rytmel, e afasta-se apressadamente, cheio de raiva contida.

Momento 32.
De volta à casa de Sintra: o cocheiro, atraído pelos gritos de Vasco, entra de rompante na sala. Quando se depara com Sidónio e Ferrão a agarrarem Vasco, que se debate, o cocheiro pega no médico e no seu amigo com violência, e prepara?se para magoá-los.
Mas Vasco grita para que ele pare. O cocheiro detém?se, e larga Sidónio e Ferrão, que ajeitam a roupa.
Ofegante, Vasco olha para o rosto do inglês morto com uma expressão fria, e limita?se a dizer que está tudo bem."

E mais não disse
neste blog perto de si

terça-feira, dezembro 09, 2003

Ontem filmei

É verdade! Ontem filmei!
Foi a única coisa que filmei em 2003.
Um conteúdo com um tempo útil de 3minutos e 40 segundos.
Que saudades que eu tinha de filmar.
Enquanto não vem o grosso da coluna em 2004, aqui vamos falando daquilo que, em breve, nos vai matar a fome de filmar.
Seguem os momentos 20 que se concluem com o 29.
Faz ideia daquilo que se vai passar a seguir?

Momento 26.
Carmen e Vasco entram dentro da casinha do jardineiro, envolvidos em beijos apaixonados. Carmen atira com todo o material de jardim que estava em cima da mesa para o chão.
Vasco possui?a, e Carmen, no auge do prazer, pede?lhe que mate Rytmel, porque este anda a tentar seduzir a sua prima. No momento do orgasmo, Vasco promete?lhe que vai matar o inglês.

Momento 27.
Na casa de Sintra, Sidónio regressa à sala onde estão Vasco e Ferrão. Vasco pergunta-lhe como está a Condessa, ao que o médico responde que os seus piores receios eram fundamentados.
O estado delirante da Condessa não se deve unicamente às circunstâncias da morte do inglês: Luísa tem sífilis.

Momento 28.
No hotel em Malta, Vasco bate à porta do quarto da sua prima. A Condessa abre a porta, mas não parece feliz por ver Vasco. Este pede?lhe para entrar, dizendo que precisa de falar com ela. A Condessa acede.
Vasco pede desculpas pela inconfidência que cometeu quando falou ao Conde da conversa que a prima teve com o inglês. Tudo o que Vasco pretendia, como sempre pretendeu, era proteger Luísa.
A Condessa diz que não percebe. Protegê-la de quê? Vasco é peremptório: de Rytmel. As intenções do inglês para com a Condessa são óbvias, e Vasco só quer poupar a prima ao sofrimento. Rytmel é um galanteador nato, e tem um longo historial de corações quebrados. Vasco dá o exemplo de Carmen.
A Condessa parece estar a tomar o partido de Rytmel. Defende?o, mais às suas intenções. Ataca o primo verbalmente, insinuando que a cubana já conseguiu convencê-lo a sujar o nome de Rytmel, depois de ter passado uns momentos com ele na casinha do jardineiro.
Vasco estaca. A Condessa diz-lhe que os viu a entrar para lá, pelo vidro da sua janela. Luísa diz-lhe que não tem nada a ver com o que o primo faz ou deixa de fazer, mas pede-lhe que não se deixe influenciar e que, acima de tudo, não interfira na sua vida.
Luísa não quer a protecção de Vasco, e manda?o sair.

Momento 29.
Vasco sai. A Condessa fecha a porta atrás de si com mais força do que aquela necessária. Vasco fica uns instantes parado, querendo voltar a bater à porta, convencer a prima a afastar-se do inglês.
É nesse instante que Rytmel assoma ao fundo do corredor. Vasco fita?o, enquanto ele se aproxima, caminhando em direcção ao seu quarto, no mesmo andar do da Condessa.
Rytmel repara no olhar estranho de Vasco na sua direcção, mas continua a avançar.

Vêm aí os trinta.
neste blog perto de si

segunda-feira, dezembro 08, 2003

DOMINGO 7 à Segunda-feira 8

Comentários nem vê-los.
Apenas este:

"Want A Bigger Pen1s?
Gain Up to 3+ Full Inches In Length
Increase Your Penis Width (Girth) By 20%
Stop Premature Ejaculation!
Produce Stronger, Rock Hard Erections
A Larger, Harder Penis During Sex
100% Safe To Take, With NO Side Effects
Fast Priority Shipping WorldWide
Doctor Approved And Recommended
No Pumps! No Surgery! No Exercises!
100% Money Back Guarantee"

Não é propriamente um comentário, é mais uma sugestão, uma proposta, algo ao nível do artigo do Independente que apareceu aí na última sexta-feira "santa".
Quanto custam os filmes portugueses aos portugueses?
Nada!
Tantas contas, tanto calculo, tanta despesa per capita e no fim as contas todas erradas.
A verdade é que os filmes portugueses são fabricados com o dinheiro que vem dos proventos da publicidade televisiva (da Nestlé, do Omo, Do Continente, do papel higiénico Holgar, dos benfeitores multinacionais detentores de agências de publicidade com origem nos USA, em Inglaterra e Holanda e ainda dos bolsos das instituições (essas sim) públicas franceses, espanholas e outros tansos, mas do bolso dos portugueses - isto é; proveniente dos seus impostos - nada.
Mais valia fazer as contas a quanto custa o quilo de papel independentemente de bem ou mal impresso e veriam que possivelmente encontrariam aí um subsídio à pasta de papel mal empregue.
Porque não se acaba com o cinema português que é um tema tão caro a tanta gente?
Pela mesma razão que não se acabam com os bancos, com as companhias de seguros, com os chapéus de palha, muito simplesmente porque não se acaba com tudo o que é português, ainda que essa fosse a vontade de uns e outros.
A razão é uma: o português é uma praga que se espalhou pelo planeta, criando uma diáspora muito querida aos portugueses em geral e cuja extinção ocupa apenas a cabeça dos próprios português.
"A grandeza de um povo é o conjunto das suas qualidades e dos seus defeitos. Coragem portugueses só vos faltam as qualidades" dito muito querido a um rapaz que se dedicou a painéis e outros artigos pintados que nunca ninguém quis avaliar e com um nome escuro lá da outra banda.
Cada vez gosto menos de quem faz contas e gosto mais de quem faz de conta.
O mistério continua
neste blog perto de si.

sexta-feira, dezembro 05, 2003

A coisa está a ferver.
Não é?
Este story outline está a aproximar-se do seu climax.
Seguir esta história é um prazer ou não?
Sei que são bastantes os seguidores desta odisseia e portanto gostava de ter notícias de quem embarcou.
Vamos lá, domingo vem aí e eu preciso de comentários.

"Momento 24.
D. Nicázio e o Conde conversam no átrio do hotel. O comerciante
espanhol está já ligeiramente embriagado. Quando um grupo de ingleses passa pelo átrio, em grande algazarra, o olhar de Nicázio fixa-se neles. Começa a falar dos ingleses com uma
Chanimosidade que não havia demonstrado até agora. Acha?os petulantes e
convencidos, e adorava vê-los cair do estado de graça em que julgam
estar. O Conde fica um pouco admirado de ouvir o espanhol falar daquela maneira e, com o habitual tom de bajulação com que normalmente se
refere aos ingleses, tenta perceber até que ponto a opinião de Nicázio
não se deve ao facto da mulher o andar a trair com Rytmel.
Nicázio, solto pela bebida, acaba por insinuar que, por vezes, a
infidelidade de uma mulher pode revelar?se útil para o marido. Se o
amante for alguém importante, e a mulher tiver algum tipo de poder
sobre ele, poderá influenciá-lo nas suas decisões. E se o marido traído
conseguir fazer com que a mulher influencie o amante de acordo com os
seus objectivos, então é como se o marido traído controlasse o amante.
Esta teoria faz o Conde pensar no proveito político que poderia tirar
se fomentasse uma relação entre Luísa e Rytmel.
É nessa altura que o capitão inglês desce do seu quarto para o átrio. A
meio das escadas é interpelado por outro oficial, de patente superior.
Conversam os dois, muito baixinho; a conversa é inaudível para o Conde
e para Nicázio, mas pela expressão de Rytmel algo não está bem.
O Conde relaciona a conversa com o boato que corre acerca de uns
documentos importantes terem sido roubados a Rytmel. Nicázio mente,
dizendo que não ouviu falar de nada disso.
Os olhos do Conde brilham, quando confessa que adorava estar na posse
desses documentos.
Nicázio, apesar de embriagado, consegue raciocinar, e não pode deixar
de achar estranho que o Conde se regozije com algo que, a ser verdade,
seria um grande motivo de embaraço para os ingleses.
Nesse instante, o tom de voz do oficial que fala com Rytmel levanta-se;
quase que grita. Rytmel vira?lhe costas, visivelmente incomodado,
enquanto o outro oficial sobe a escadaria do hotel, furioso.
Rytmel passa por Nicázio e pelo Conde, sem sequer os cumprimentar.
Nicázio olha para o Conde, e sorri, dizendo que pelos vistos o boato é
verdadeiro, e Rytmel deve estar em maus lençóis. Propõe um brinde. O
Conde pensa duas vezes, e depois lá brinda com o espanhol. Bebem o
conteúdo dos seus copos, e depois o Conde fica a olhar, com uma
expressão fechada, para a porta que dá para o jardim e por onde Rytmel
saiu.

Momento 25.
Fim de tarde: Carmen passeia no jardim ao redor do hotel, quando é
surpreendida por Rytmel. Longe de olhares, o inglês exige a Carmen que
lhe devolva o que lhe tirou.
Carmen tenta fugir, mas Rytmel agarra?a com violência, e chega mesmo a
agredi?la. A cubana chora, e grita, enquanto Rytmel lhe tapa a boca e
olha à sua volta, para se certificar que não é visto.
Carmen cai aos seus pés, jurando que não roubou nada. Tudo o que queria
era captar a atenção de Rytmel, mesmo que fosse levando-o a acreditar
que ela tinha o que ele queria. Rytmel começa a acreditar na cubana.
Um grupo de ingleses passa pelo jardim, à distância. Rytmel, que não
quer chamar as atenções, abandona Carmen no jardim.
Vasco, que também passeava no jardim, vê, à distância, Rytmel a
afastar-se e Carmen no chão, soluçando. Corre na direcção da cubana,
que chora convulsivamente. Ajoelha?se ao seu lado, e tenta ajudá?la.
Sem Vasco perceber muito bem como, a cubana, no meio do choro, acaba
por beijá-lo."

Agora só Domingo é que é Domingo
neste blog perto de si

quinta-feira, dezembro 04, 2003

Momentos deliciosos

Seguem mais dois momentos.
A coisa está a aquecer.
Isto com diálogos é outra loiça, mas para já tem de ser assim.
É a melhor maneira de se perceber o processo de criação, assim como o sistema evolutivo do binómio argumento/guião
Aqui, tenho forçosamente de fazer uma paragem para enunciar uma referência muito especial, com deferência, ao senhor Presidente.
Há muito que não me referia à sua excelsia e soberana personalidade.
Está referido!
Vamos ao assunto.

"Momento 22.
Já chegados a Malta, os passageiros entram para o interior do hotel.
Rytmel troca de olhares com Carmen, que entra no átrio com o marido, D.
Nicázio.
Nicázio repara nos olhares e o que diz a seguir soa estranho aos ouvidos da mulher. Nicázio fala de um rumor que circula entredentes entre os passageiros daquele cruzeiro.
Ao que se diz, Rytmel era portador de documentos que alegadamente
poderiam comprovar a pertença inglesa do polémico território em África,
e que estaria incumbido de os trazer para avaliação do Príncipe de
Gales. Mas, segundo consta, esses documentos desapareceram.
Carmen diz ao marido que não percebe do que ele está a falar. Nicázio
apenas lhe responde que sabe perfeitamente que a mulher passou uma
noite com o inglês, e que se alguém teria oportunidade de lhe tirar
esses documentos – caso seja verdade que Rytmel os tinha, seria ela.
Esses documentos são extremamente valiosos, e poderão render bom
dinheiro a quem os encontrar, pois qualquer uma das partes interessadas
— Inglaterra e Portugal — pagariam um bom preço por eles.
Nicázio relembra a Carmen que o comerciante ali é ele, e que caso a
mulher tenha esses documentos, o mais acertado seria entregá-los a ele,
para que pudesse negociar com as partes interessadas.
E, dizendo isto, abandona Carmen no meio do átrio, e dirige-se para
perto do Conde, que está sentado no bar do hotel, bebendo um copo.

Momento 23.
Na redacção, Ramalho está sentado na sua cadeira com a cabeça amparada
pelas mãos. Eça olha em volta: toda a redacção foi virada do avesso; há
gavetas abertas e atiradas para o chão, o seu conteúdo espalhado um
pouco por todo o lado. A cadeira está partida, como se tivesse sido
arremessada com raiva, e há pedaços de vidro pelo chão, provenientes do
candeeiro estilhaçado.
Ramalho acredita que os dois homens eram da secreta, e que procuravam
documentos relativos ao inglês morto de que eles falam nos jornais.
Pergunta a Eça se ainda não acha que tudo aquilo já foi longe demais.
Eça é forçado a concordar, mas responde que não podem, simplesmente,
fingir que nada aconteceu. O caso tem de ser tratado com o máximo de
cuidado, e não têm outro remédio senão levar as coisas até ao fim.
Ramalho insurge-se. Diz que vai parar imediatamente, e sai disparado da
redacção, batendo com a porta."

Amanhã há mais, ou talvez não.
réplicas do 4x4 neste blog perto de si

terça-feira, dezembro 02, 2003

O guião está aí

Onde?
Onde deve estar, com a produtora!
Vamos avançar com a produção.
Primeiras reacções para breve.
Entretanto mais dois momentos ternurentos.

"Momento 20.
Segurando um candeeiro de petróleo na mão, o cocheiro acompanha Luísa e
Sidónio pelos escuros, estreitos e labirínticos corredores da casa de
Sintra, até ao quarto.
Sidónio tenta perceber junto da Condessa como é que o inglês ali foi
parar, e como é que morreu.
A Condessa, sempre com um ar ausente e delirante, apenas lhe responde
que chamou Rytmel ali para lhe devolver algo que tinha dele.
Momento 21.
Barco cruzeiro, no dia seguinte: a Condessa olha para a fotografia que
Rytmel lhe ofereceu.
Súbito, Vasco aparece, a correr, muito entusiasmado: estão prestes a
chegar a Malta, já se vê terra no horizonte.
A Condessa guarda a fotografia, e olha com um ar reprovador para Vasco.
Diz-lhe para ele a parar de seguir, para depois ir contar tudo ao seu
marido. Vasco fica perturbado com o tom frio da prima, e não tem reacção quando a vê afastar-se pelo convés."

Amanhã é dia de réperage.
Mas não para este filme
Quer saber mais?
Frequente este blog perto de si.

segunda-feira, dezembro 01, 2003

Sem comentários

Como no Domingo hão houve comentários, hoje também não há.
É segunda-feira e portanto não é suposto haver comentários, mas é suposto haver momentos.
Aqui vai mais um, o 19. É dos bons e sai mesmo em véspera de guião novo.
Hoje pela meia noite, este filme vai entrar em produção.
A produção que se cuide.
Entretanto:
"Momento 19.
Na casa de Sintra, Sidónio está mais calmo. Ainda não sabe o que fazer: se insistir em que se chamem as autoridades, ou se ajudar Vasco a ver-se livre daquele corpo.
Olha para a Condessa. O seu aspecto mostra claramente que ela está muito doente. Pede a Vasco que a ajude a levá-la para a cama, para que ele a possa observar em condições.
Vasco diz ao cocheiro que leve a Condessa e Sidónio para o quarto da casa. O cocheiro sai, junto com Luísa e o médico.
Sozinhos na sala, Ferrão e Vasco conversam. Ferrão diz que não pôde deixar de reparar no carinho e atenção que Vasco dedica à prima.
Vasco não está, notoriamente, muito à vontade para falar naquele assunto. Limita?se a responder?lhe que a prima é uma mulher encantadora, e que merecia ser mais amada do que é pelo marido. O Conde sempre delegou nele a tarefa de tomar conta de Luísa, mandando?o ir atrás dela sempre que se ausentava da presença do marido.
Apesar de se irritar com a prepotência do Conde, que nessas alturas fala com Vasco como se lhe desse ordens, o jovem sempre anuiu em acompanhar a Condessa, porque assim podia protegê-la.
Ferrão percebe a verdadeira natureza dos sentimentos de Vasco por ela, e não pode deixar de lhe perguntar: “E quem a protege de si?”. Vasco parece não entender, mas Ferrão é mais claro: na sua opinião, a Condessa e o inglês envolveram?se romanticamente, e Vasco acabou por matá-lo, com ciúme, apesar da Condessa o amar.
Vasco não responde."

Amanhã, sa calhar, há mais
neste blog perto de si

domingo, novembro 30, 2003

Domingo é domingo 6

Pois é!
Nada de comentários.
Assim, aproveito este Domingo para não escrever. Nada!
Não é verdade, até porque já aqui escrevi que não ia escrever, por isso está escrito.
Fico à espera de comentários e de notícias dos leitores deste blog misterioso.
Até lá vou concluir o guião.
Estará pronto no dia 2 de Dezembro às 24 horas.
Para bater o sucesso do Harry Potter (também ele um mistério) já aluguei o túmulo da Amália no Panteão Nacional para fazer o lançamento.
Ganhará quem o conseguir lançar, pelo menos, até ao Tejo.
Não o túmulo mas sim o guião.
Amanhã é feriado, não esperem grande coisa de mim.

Momentos novos e frescos são esperadosneste blog parto de si

sexta-feira, novembro 28, 2003

Momentos únicos

Chegou o 17 e também o 18 (é um bónus)
A palavra bónus vai entre parêntesis porque é perigosa e pode ser mal interpretada.
O fim de semana vem aí.
Esperemos algum sossego, para terminar a tarefa do fim de semana.
Concluir o guião e entrar em produção.
Estão quase a chegar as graças - a montagem financeira, o mapa de rodagem, o levantamento - enfim coisas que depois se verificam impossíveis.
Entretanto divirtam-se com esta história do Eça e do Ramalho, e agora minha do Fonseca, do Vaz e do Botequilha.

"Momento 17.
No convés do navio, a Condessa desloca-se com firmeza até à amurada. Está visivelmente enfurecida. Põe as mãos em cima da madeira e procura acalmar-se, respirando fundo. Passam grupos de pessoas, em desentorpecimento. Ouve-se o som da orquestra, em fundo. De repente, a Condessa sente alguém aproximar-se por trás. É Rytmel.
Rytmel encosta-se à amurada, ao lado de Luísa. Usa o seu charme para se aproximar dela, falando da festa que os espera em Malta: o aniversário do Príncipe de Gales. Mas Luísa surpreende-o quando o interpela directamente acerca de Carmen.
Ao mesmo tempo que fica incomodado por ser interpelado acerca da sua relação com a cubana, Rytmel não pode deixar de se sentir contente: esta preocupação mal disfarçada por parte da Condessa em saber exactamente o que se passa entre ele e a cubana só pode significar que Luísa está interessada nele.
Rytmel suspira, como que querendo demonstrar que não lhe é fácil falar sobre isso. Pede à Condessa que guarde segredo do que lhe vai dizer, e enfatiza o perigo a que se expõe por confiar em Luísa, que é, afinal, uma Condessa portuguesa.
Luísa promete-lhe guardar segredo, e Rytmel diz-lhe então que Carmen tem algo de muito valioso, algo que pode decidir o futuro dos países de ambos, Rytmel e Condessa.
O problema é que, num passado longínquo, Carmen e ele tiveram um caso — nada de mais, garante Rytmel, só um devaneio de juventude —, e agora, a cubana está a usar a posse desses documentos importantes para chantageá-lo, obrigando-o a andar atrás dela.
A Condessa pergunta a Rytmel se a mulher que tiver esses documentos pode, de facto, obrigá-lo a fazer seja o que for. Rytmel, usando todo o seu charme e sedução, responde-lhe que depende da mulher.
A Condessa sorri. Lentamente, enquanto descreve o destino de ambos — Malta —, Rytmel vai cativando a Condessa.
Aos olhos de Vasco, que observa os dois de longe, e sem ser visto, a Condessa demonstra muito interesse e fascínio por Rytmel. Demasiado."

e também o

"Momento 18.
Um pouco mais tarde, no quarto da Condessa e do Conde: Luísa penteia o cabelo, enquanto o marido a censura, num tom cada vez mais austero, pelas atenções que dedicou a Rytmel.
A Condessa mostra-se surpreendida pelo que parece ser uma espécie de ciúme, vinda do marido. Tenta desviar o assunto, dizendo que o marido até devia estar contente por ela estar a ser tão simpática com um oficial inglês, de quem o Conde gosta tanto.
O marido explode, e o que diz deixa a Condessa surpreendida. O Conde detesta ingleses. A única razão que o leva a ser simpático com eles é porque não sabe que desfecho vai ter toda esta situação de crise entre Portugal e Inglaterra, e tem de mostrar-se amigo de Deus e do Diabo. Mas daí até permitir que a sua mulher se torne íntima de Rytmel vai uma grande distância. E dizendo isto, atira-lhe com a fotografia de Rytmel junto ao leão, dizendo-lhe que devia ter mais cuidado com as fotografias dos seus admiradores.
A Condessa pega na foto. Está desapontada com Vasco, ao perceber que este contou ao Conde da conversa que ela teve com Rytmel.
Mas neste momento, a surpresa de ver o marido com ciúmes por causa dela, e a confessar o seu ódio por ingleses, é mais desconcertante que tudo o resto."

Já se sabe que o mais tardar:
Domingo é Domingo 6
neste blog perto de si

quinta-feira, novembro 27, 2003

Um momento forte tem de ser grande.

Daí o momento 16.
Um dia mais de espera.
Enquanto daqui não sai o momento final, o tal guião, para ser filmado, a saga continua em momentos dramáticos e excitantes.
Telefonou-me a produção, querem um guião, senão...
Vão te-lo dia 4 de Dezembro.
Até lá leiam isto que é de primeira água.


"Momento 16.
Nessa noite, uma orquestra toca no salão do navio, contíguo à sala de
jantar. Os criados servem brandy aos homens e taças de champanhe às
senhoras; alguns oficiais ingleses acendem charutos, cigarrilhas e cachimbos.
Carmen toma conta da pista, dançando sensualmente com um oficial inglês. A cubana é um furacão; os outros pares afastam-na, para deixá-la brilhar.
Vasco, o Conde e a Condessa estão sentados junto a uma mesa, num canto
discreto do salão. O Conde e Vasco elogiam a beleza selvagem e a energia da cubana. A Condessa, com um misto de despeito, diz que não entende que tipo de fascínio pode aquela mulher exercer em alguém. Que o Conde se sinta atraído por aquele tipo de vulgaridade, ainda percebe; agora que Vasco sinta o mesmo já lhe parece mais estranho.
Carmen, entretanto, continua a dançar com o corpo colado ao oficial inglês. No final da música, uma mão toma a de Carmen, e substitui o seu par na próxima valsa. É Rytmel. Carmen quer afastar-se, mas Rytmel agarra-a fortemente pela cintura e obriga-a a dançar. Diz a Carmen que lhe devolva o que lhe roubou, mas Carmen apenas responde que não sabe do que ele está a falar.Da sua mesa, a Condessa repara em Rytmel e Carmen. O Conde, que já percebeu os olhares da Condessa a Rytmel, provoca a mulher, dizendo?lhe
que pelos vistos até o mais nobre e sofisticado dos oficiais de Sua
Majestade pode sucumbir aos encantos “vulgares” de Carmen.
Enquanto dançam, Rytmel diz a Carmen que desapareceram da sua pasta
documentos importantes. Carmen insiste em dizer que não tirou nada, mas
o seu tom é dúbio. Tenha ou não tirado o documento de que Rytmel fala,
a verdade é que, se não o sabia antes, ficou agora a saber que Rytmel acredita que ela tem algo que ele quer. Deixar Rytmel na dúvida é o
suficiente para ter a garantia de que o inglês vai andar atrás dela, por isso pode dar?se ao luxo de o tratar com desprezo. Rytmel avisa-a que está a mexer com coisas perigosas, que está a brincar com o fogo, mas a cubana não parece intimidada.
Diz-lhe que, se acredita que foi ela a roubar-lhe o documento e o quer de volta, então que a beije naquele preciso instante. Rytmel parece tentado, mas eis que repara no olhar da Condessa.
Luísa diz ao marido e ao primo que não se sente bem em ficar no meio deles enquanto os dois se desfazem em elogios para com Carmen. Com esta
desculpa, levanta-se e sai para o convés.
O Conde faz sinal a Vasco para que a siga. Vasco, um pouco contrariado,
acaba por levantar?se e seguir a Condessa.
Carmen repara que Rytmel olha para a Condessa enquanto esta sai. Num repente, tira as mãos do inglês da sua cintura. Diz-lhe que depois da
recusa em beijá-la, Rytmel nunca saberá se ela tem ou não o que ele
pretende. Afasta-se, altiva, deixando Rytmel sozinho no meio da pista de dança."

Aí vem o 17
e não é um autocarro
neste blog perto de si

quarta-feira, novembro 26, 2003

Dois momentos únicos.

Cá estão eles, para acelerar a trama.
Os nossos jornalistas estão em perigo.
"Quem brinca com o fogo...molha-se"


"Momento 14.
Ramalho, que continua escondido, começa a ouvir o som de gavetas a serem abertas, e papéis e pastas a serem atirados para o chão. Consegue espreitar para dentro da sala, e vê que os dois homens estão a revolver tudo, como se procurassem algo.
Cada vez parecem mais frustrados, por não encontrarem o que procuram, começam a atirar as gavetas e os arquivos para o chão cada vez com mais violência.
Ramalho encond-se, quando começa a ouvir o som de coisas a partirem-se na redacção.

Momento 15.
Na área de lazer do navio, Carmen aproxima-se do marido, que já está um pouco embriagado, junto do Conde e da Condessa.

A cubana está mal pronta, como se se tivesse vestido à pressa, e despenteada. O Conde, malicioso, pergunta-lhe se teve bons sonhos, o que lhe vale uma ligeira repreensão por parte da Condessa. D. Nicázio, que já conhece o feitio da mulher, prepara-se para o pior. A cubana está prestes a explodir em reacção às palavras provocatórias do Conde, mas nesse instante surge Rytmel.
O inglês e Carmen trocam um olhar, que não passa despercebido à Condessa. Carmen desvia o olhar, enquanto Rytmel cumprimenta os presentes. O Conde sorri maliciosamente, pensando que o ambiente que ali se gerou tem exclusivamente a ver com o facto de Rytmel e Carmen terem passado a noite juntos.
O Conde, sempre no seu tom bajulador, fala a Rytmel do aniversário do Príncipe de Gales, que terá lugar em Malta uns dias mais tarde. Rytmel não lhe dá muita atenção. Fica frustrado por não ter hipótese de falar com Carmen, e repara naquilo que parece ser um olhar de reprovação da Condessa.
Carmen agarra no braço de Nicázio, e diz?lhe para irem passear. O marido fica surpreendido por Carmen querer ir com ele seja para onde for, mas é óbvio que Carmen apenas quer evitar o inglês. O Conde sorri.
Surge Vasco que, quando repara em Rytmel se limita a acenar com a cabeça. Vasco cumprimenta a prima e o Conde, que lhe pergunta se já está mais calmo desde a noite anterior, referindo?se implicitamente ao incidente com Rytmel.
O inglês, calmo e educado, apressa?se a dizer que não há necessidade de voltar a falar nesse assunto. No plano político é normal que haja divergência de opiniões e o importante é saber resolver as coisas com diplomacia. Rytmel diz compreender a atitude de Vasco na noite anterior, e atribui aquele comportamento à juventude de Vasco, aliada a um louvável patriotismo.
Vasco fica um pouco irritado com o tom quase condescendente de Rytmel, mas tenta manter a calma e responder?lhe com o mesmo tom e educação.
A Rytmel tanto se lhe dá: o seu objectivo, que era parecer bem aos olhos da Condessa, foi cumprido. Rytmel percebe isso pela maneira como a Condessa sorri e olha para ele. Esse olhar não passa despercebido ao Conde, nem a Vasco"


Vou partir, mas vou ficar. Seja o que for cá estarei em breve para:

As delícias da Condessa
neste blog perto de si

segunda-feira, novembro 24, 2003

Segunda dia de fartura e de fome de leitura

Seguem novos momentos.
Não tem havido comentários sobre a actualidade porque a mesma não
merece.


"Momento 12.
Na redacção, Ramalho está sentado, a escrever. O candeeiro a petróelo
que tem em cima da sua mesa tremeluz e apaga-se: acabou-se o petróelo.
Às apalpadelas, no meio do escuro, Ramalho sai para a sala contígua à
sua, uma sala maior, com muitas secretárias, onde costumam trabalhar
muitas pessoas durante o dia; mas, àquela hora, a sala está vazia.
Enquanto procura por petróleo ou por um candeeiro novo, Ramalho ouve um
barulho, como se alguém se aproximasse. Fica estático, até que repara
numa luz que se aproxima pelos corredores.
Ramalho só tem tempo de se esconder atrás de uma secretária, enquanto
dois homens de sobretudos negros entram dentro da sala.
Um deles segura um candeeiro a petróleo. Olham á volta, para se
certificarem que estão sozinhos. Ramalho baixa ainda mais a cabeça, com
medo de ser visto.
Os dois homens dirigem-se lenta mas decididamente para a sala onde
Ramalho estava a escrever, e entram.

Momento 13.
Rytmel vasculha a sua pasta, à procura de algo que não encontra.
Despeja todo o conteúdo da pasta em cima da cama, mas ainda assim não
vê aquilo que procura.
Ocorre-lhe imediatamente que só poderá ter sido Carmen a roubá-lo."

e assim foi!
Amanhã há 14
neste blog perto de si

domingo, novembro 23, 2003

Domingo é domingo5

Recebi apenas um comentário.
Penso que não tem nada a ver como o que aqui se trata.
Apesar de tudo é misterioso, e não só porque hoje é domnigo, mas também por isso, vou publicá-lo.
De alguém que se preocupa com os mistérios do alargamento de orgãos sexuais, que eu não conheço, mas cuja preocupação respeito:

"Cyber-doctors are waiting for you

Want A Bigger Pen1s?

Gain Up to 3+ Full Inches In Length
Increase Your Penis Width (Girth) By 20%
Stop Premature Ejaculation!
Produce Stronger, Rock Hard Erections
A Larger, Harder Penis During Sex
100% Safe To Take, With NO Side Effects
Fast Priority Shipping WorldWide
Doctor Approved And Recommended
No Pumps! No Surgery! No Exercises!
100% Money Back Guarantee
Click Here
http://www.m-e-d-z.biz/vp/?ang2003"

Do mistério fica a informação.
Vem aí o Momento 11
neste blog perto de si

sábado, novembro 22, 2003

Sábado, bom Sádado e dose extra
Seguem momentos únicos.
A coisa está a compor-se não está?

"Momento 10.
Rytmel está no seu quarto, preparando-se para dormir. Batem à porta: é Carmen. Rytmel pergunta-lhe o que está ali a fazer, uma vez que o caso que ambos tiveram no passado acabou há muito. Carmen entra e fecha a porta atrás de si, apesar de Rytmel lhe dizer para se ir embora.
Usando toda a sua capacidade de sedução, Carmen responde-lhe que sabe perfeitamente disso, mas que não vê mal nenhum em matar as saudades por uma noite. O inglês acaba por ceder aos avanços da cubana, e envolvem-se os dois em beijos fogosos.

Momento 11
Manhã seguinte: D. Nicázio encontra o Conde e a Condessa sentados na área de lazer do navio.
Quando o Conde lhe pergunta pela sua mulher, D. Nicázio é evasivo, mas tanto ele como a Condessa percebem ainda assim que Carmen lhe é infiel há muito tempo, e que a promiscuidade da mulher só parcialmente afecta D. Nicázio, que encara tudo aquilo com aparente estoicismo.
Talvez seja para tentar esquecer as permanentes infidelidades da mulher que peça um copo de licor logo àquela hora da manhã.
Entretanto, no quarto do inglês, Carmen verifica se Rytmel continua a dormir, e levanta-se. O seu corpo nu avança cuidadosamente para uma pasta que Rytmel tem em cima da mesa. Muito devagar, para não fazer barulho, começa a remexer a papelada que o inglês ali guarda, junto com o seu álbum de fotografias.
É nesse instante que as fotografias, que não estão devidamente coladas ao álbum, caem no meio do chão. O barulho acorda o inglês, que apanha Carmen em flagrante a mexer nas suas coisas.
A mão de Rytmel agarra bruscamente a da cubana. Pergunta-lhe o que está a fazer. Estaria Carmen a tentar roubar algum documento importante?
Carmen diz-lhe que não tem nada a ver com questões políticas: a ela, tudo o que lhe importa é o amor de Rytmel, e o que diz procurar eram indícios de interesse do inglês por outra mulher, como uma carta por exemplo.
Furioso por esta intromissão na sua intimidade, Rytmel diz a Carmen que nunca o terá, pois não a ama. Força?a a sair do quarto."

Amanhã é Domingo
neste blog perto de si

sexta-feira, novembro 21, 2003

Agora sim

Vejam lá esta parte.
É só conflito.
Temos um problema!
Muito grave!
O presidente ameaça com um cancelemento da leitura do blog.
Espero que seja só uma ameaça.
Sr. Presidente pense bem. Depois há que resumir e explicar, o senhor é essencial.
Para já sai momento.

"Momento 9.
Vasco está sozinho no convés, tentando acalmar-se. A Condessa surge por trás dele.
Diz-lhe que não percebe o porquê do primo ter tanta animosidade pelos ingleses. Vasco responde-lhe, dizendo que de facto não morre de amores por eles, mas que não foi Rytmel o principal visado pelas suas provocações. O que mais enerva Vasco é a permanente adulação que alguns membros da aristocracia portuguesa, especialmente o Conde, têm perante os oficiais ingleses; foi também o Conde que Vasco pretendeu atingir.
Apesar das palavras de Vasco sugerirem apenas motivações políticas, a Condessa detecta também nelas uma espécie de ciúme por parte de Vasco. Este acaba por confessar-lhe, como já fez tantas outras vezes, que o seu coração parte-se quando pensa que uma mulher tão maravilhosa como é Luísa está casada com um homem que não lhe dá o devido valor. Por isso, também, Vasco despreza o Conde.
Antes que Vasco repita as juras de amor que muitas vezes fez no passado, a Condessa apressa?se a dizer-lhe que, apesar da falta de amor, está resignada a viver com o Conde, a quem está irremediavelmente presa pelos laços do matrimónio. E que, acima de tudo, considera Vasco como um grande amigo, o seu melhor amigo, mas nada mais. O que, notoriamente, deixa Vasco frustrado.
Visivelmente amargurado, Vasco despede-se da prima e diz-lhe que se vai deitar. A Condessa olha para ele com um olhar triste, enquanto Vasco se afasta pelo convés.
É então que ouve a voz de Rytmel. O inglês aproxima-se da Condessa e pergunta se pode partilhar a sua companhia por uns momentos.
Luísa sorri. Repara que Rytmel traz consigo um álbum, que Rytmel diz conter fotografias e recordações dos anos passados em África. Foi buscá-lo para mostrar algumas fotos ao Comandante, mas perante a notória curiosidade da Condessa, o inglês, galanteador, oferece-se para mostrá-las.
Sentam-se os dois, virados para o mar alto, e Rytmel abre o álbum. Várias fotografias mal-coladas ao álbum e vários papéis e lembranças de viagem que ali estão no meio caem para o chão.
A Condessa baixa-se para apanhá-las ao mesmo tempo que o inglês, e as suas bocas ficam bastante próximas. Fitam-se nos olhos um do outro, por uns tensos momentos, até que a Condessa desvia o olhar e começa a apanhar as fotografias do chão.
O inglês diz-lhe que trata de apanhá-las, não é próprio de uma Condessa fazer esse tipo de coisa.
A proximidade repentina parece ter feito a Condessa retrair-se. Rytmel percebe isso, e prefere retirar-se educadamente quando a Condessa manifesta vontade de estar sozinha.
Rytmel levanta-se, despede-se com um até já, e afasta-se. Mas a Condessa chama-o. O inglês pára e olha para trás: Luísa tem uma fotografia na mão, e diz-lhe que se esqueceu de apanhar esta.
Rytmel sorri e diz à Condessa que a guarde. Afasta-se com um sorriso.
A Condessa olha para a fotografia, onde Rytmel está junto a um leão, durante uma caçada."

Domingo está próximo e comentários nada.
neste blog perto de si

quinta-feira, novembro 20, 2003

Curto mas moderno

Este momento é curto.
Como curta é crise do país (uma piada estafada).
Por isso façam com que passe depressa.

"Momento 8.
No cruzeiro, o Conde corre atrás de Rytmel, seguindo-o pelo convés. Desfaz-se em desculpas, dizendo que a opinião do primo na questão de África não é forçosamente a da maioria dos portugueses; ou, pelo menos, a sua.
Mas Rytmel não parece estar com grande paciência para as adulações do Conde e, algo rispidamente, deixa-o a falar sozinho, o que deixa o Conde irritado."

Amanhã vai haver muito mais fruta
neste blog perto de si

quarta-feira, novembro 19, 2003

Faltava este momento para aquecer os momentos que passaram e os que hão-de vir
E esta? Então não é que o Bife foi envenenado.

"Momento 7.
Na casa em Sintra, Sidónio está irritado e pergunta a Ferrão o porquê de estar a pactuar com aquela situação.
Ferrão, que tem plena consciência do contexto político conturbado que se vive, avisa Sidónio para os perigos de uma Condessa e a sua família se verem envolvidos no assassinato de um oficial inglês. As consequências seriam terríveis.
Por isso, será melhor para todos, para o país, que aquele corpo desapareça o mais rápido possível.
ASidónio luta interiormente. Se por um lado compreende as implicações, por outro sente a profunda obrigação de apurar a responsabilidade daquela morte. Afinal, quem envenenou Rytmel, colocando?lhe ópio na garrafa de vinho que bebeu?"

Se beber não se envenene
quando Deus quiser neste blog perto de si

terça-feira, novembro 18, 2003

Hurra!hurra! consegui.
A partir de agora já mais ninguém me lixa...

Momento 6
A Condessa, o Conde, Vasco e o inglês estão sentados na mesa do Comandante, Lord Grenley. Presentes estão também D. Nicázio, um comerciante espanhol, e a sua mulher, a cubana Carmen. A maior parte das atenções de Rytmel vão para a Condessa. É a olhar para ela que Rytmel fala das suas campanhas por África, e a Condessa escuta-o, encantada. Carmen fica notoriamente irritada com as atenções que Rytmel dispensa à Condessa, mas tenta não demonstrá?lo. Tentando chamar a atenção de inglês, e uma vez que este parece só ter olhos para a Condessa, Carmen começa a conversar com ela. Fala da evidente superioridade que as mulheres têm sobre os homens. Basta a uma mulher ter algo que um homem quer, para que este não a largue. E uma mulher tem sempre algo que um homem quer. Carmen fala alto, para que toda a gente ouça, evidenciando a sua explosiva sexualidade e o seu conhecimento e poder sobre os homens, pensando que assim impressiona Rytmel. O Conde, entretanto, não pára de tecer os mais rasgados elogios a Rytmel e a Inglaterra. Vasco, farto das constantes bajulações do Conde, reage com algum azedume. As suas convicções políticas são sublimadas pelo atenção que Rytmel parece dedicar à sua prima, e passa o jantar tentando trazer à conversa o antagonismo entre Portugal e Inglaterra. Rytmel tenta contornar as palavras provocadoras do jovem. O Conde está tremendamente embaraçado, pois Rytmel parece prestes a levantar?se da mesa, ofendido com as palavras de Vasco. De facto, só não o faz imediatamente porque está interessado na Condessa, que parece corresponder ao interesse do inglês. Luísa também começa a achar que o primo está a exagerar, trazendo aquele assunto para um jantar e um cruzeiro que se pretende agradável. E quanto mais intercede a favor de Rytmel, mais Vasco se exalta, por ciúme. Entretanto, por baixo da mesa, os pés descalços de Carmen acariciam as pernas de Rytmel. Este lança?lhe um olhar reprovador, mas ela apenas sorri, e continua as carícias com os pés, cada vez mais atrevidas. D. Nicázio percebe o que a mulher está a fazer, mas não reage; apenas suspira, como se já estivesse acostumado às infidelidades da mulher. Quando as provocações — de Vasco, por um lado, e de Carmen, por outro — se tornam insuportáveis, Rytmel acaba por levantar?se, educadamente, mas deixando bem patente que abandona a mesa por causa dos comentários de Vasco. Depois de repreender Vasco, o Conde levanta?se da mesa e segue Rytmel, para lhe pedir desculpas. A Condessa percebe que Vasco está perturbado. Quando tenta falar com ele, o primo levanta?se e também abandona a mesa.
Ando há mais de três dias a ver se consigo publicar a continuação do story outline.
Não consigo!
Mas não vou desistir.
"Há que ter paciência", já dizia o presidente. "O que custa mais são os primeiros vinte anos".
Vou tentar novamente.
Deixemos a inquietalção repousar.
Notícias da produção:
"Onde pára a sinopse?"
Se não lê o Blog a culpa é dela.
Até breve
Momento 6
já a seguir neste blog perto de si.
Momento 5
A Condessa, o Conde, Vasco e o inglês estão sentados na mesa do Comandante, Lord Grenley. Presentes estão também D. Nicázio, um comerciante espanhol, e a sua mulher, a cubana Carmen. A maior parte das atenções de Rytmel vão para a Condessa.
É a olhar para ela que Rytmel fala das suas campanhas por África, e a Condessa escuta-o, encantada. Carmen fica notoriamente irritada com as atenções que Rytmel dispensa à Condessa, mas tenta não demonstrá-lo. Tentando chamar a atenção de inglês, e uma vez que este parece só ter olhos para a Condessa, Carmen começa a conversar com ela. Fala da evidente superioridade que as mulheres têm sobre os homens. Basta a uma mulher ter algo que um homem quer, para que este não a largue. E uma mulher tem sempre algo que um homem quer. Carmen fala alto, para que toda a gente ouça, evidenciando a sua explosiva sexualidade e o seu conhecimento e poder sobre os homens, pensando que assim impressiona Rytmel. O Conde, entretanto, não pára de tecer os mais rasgados elogios a Rytmel e a Inglaterra. Vasco, farto das constantes bajulações do Conde, reage com algum azedume. As suas convicções políticas são sublimadas pelo atenção que Rytmel parece dedicar à sua prima, e passa o jantar tentando trazer à conversa o antagonismo entre Portugal e Inglaterra. Rytmel tenta contornar as palavras provocadoras do jovem.
O Conde está tremendamente embaraçado, pois Rytmel parece prestes a levantar?se da mesa, ofendido com as palavras de Vasco. De facto, só não o faz imediatamente porque está interessado na Condessa, que parece corresponder ao interesse do inglês. Luísa também começa a achar que o primo está a exagerar, trazendo aquele assunto para um jantar e um cruzeiro que se pretende agradável. E quanto mais intercede a favor de Rytmel, mais Vasco se exalta, por ciúme. Entretanto, por baixo da mesa, os pés descalços de Carmen acariciam as pernas de Rytmel. Este lança?lhe um olhar reprovador, mas ela apenas sorri, e continua as carícias com os pés, cada vez mais atrevidas.
Momento 5
A Condessa, o Conde, Vasco e o inglês estão sentados na mesa do Comandante, Lord Grenley. Presentes estão também D. Nicázio, um comerciante espanhol, e a sua mulher, a cubana Carmen. A maior parte das atenções de Rytmel vão para a Condessa.

domingo, novembro 16, 2003

Domingo é domingo outra vez

Como sempre aos domingos, seguem os comentários.
Esta semana já houve alguns e bons.

De um querido amigo, mais dado ás lides comerciais, embora sensível às mestrias artísticas como se pode constatar, pelo menos, pela forma como a mensagem foi redigida:

"Caríssimo Paixão,
Estou de volta. Desta vez para o animar.
Descobri mais uma utilidade para o seu popular blog.
Depois de uma semana arrasadora, resolvi conceder-me uma pausa. Desliguei o cérebro e entrei n’omisteriodaestradadesintra.
Lida uma crónica e já transbordava de alegria.
Quem gasta o seu tempo a escrever isto só pode ser mais desgraçado do que eu. Afinal de que me posso queixar?
Bem haja caro Paixão!"

e agora de um velho amigo e colaborador que sempre me honra com as suas atenções e considerações:

"PARA ESPAIRECER DURANTE O INTERVALO EM QUE SUJO UMAS TELAS,VIM ATÉ À JANELA E VI PASSAR O TEU BLOG,DIZES TU,VAZIO E MANCO DE INCENTIVOS.
JPC NÃO DESANIMES(até porque não és homem para isso)ESTÁ NA
FORJA omisteriodasegundacircular COM MONTES DE SUBSIDIOS DESDE O JARDIM ZOOLOGICO ATÉ À SOCIEDADE PROTECTORA DOS ANIMAIS PORQUE TEM LEÕES,AGUIAS E ATÉ UM DRAGÃO CONCEBIDO ATRAVEZ DE EFEITOS ESPECIAIS E VAI SER EXIBIDO POR DIVERSAS JORNADAS
ATÉ MAIO.DEPOIS VEM UMA SUPER PRODUÇÃO INTERNACIONAL,QUE POR ACASO ATÉ FAZ MUITO FERRO À TIA NÉLINHA FERREIRA LEITE E COM TODA A RAZÃO.
REPORTANDO-ME AGORA AO DIA 8,SÁBADO,ATENÇÃO À GOTA DE SANGUE QUE NÃO É SANGUE.
NÃO A PONHAS VERMELHA.AZUL.AZUL,TEM MAIS "CHIC".ALIAS SE METE CONDESSA E TUDO TEMDE SER AZUL.
O ARABE "TÁ BEM" SER PILOTO,MAS DA "IRAKIAN AIRLINES" E O INGLES DA "M5".
JÁ AGORA O QUEIRÓS DÁ-SE BEM COM O QUEIROZ, OU OLHAM-SE DE REVEZ ? VEM PARA AÍ CHUVA É MELHOR FECHAR A JANELA E VOLTAR À DROGARIA ONDE ESTÃO AS TINTAS..."

Uma vez mais, muito obrigado pelos comentários.
Mesmo que a maior parte das vezes, não comentam o filme, não tem importância nenhuma (como diria o Artur Jorge- É absolutamente normal), que para isso estou cá eu.
A saga continua
em breve neste blog perto de si

sexta-feira, novembro 14, 2003

O FIm de semana vem aí

E quem não deu por ele é porque não faz nada.
Durante o fim de semana, normalmente, o tempo não dá para nada mas ao mesmo tempo dá para tudo, por isso segue leitura reforçada.

"Momento 3.
Na redacção, Ramalho lê um jornal. Eça, que parece divertido, olha para ele, à espera que Ramalho acabe de ler.
Ramalho pousa o jornal, com um ar preocupado. Acha que está na altura de pararem com tudo, porque o jogo — não especifica qual — já foi longe demais. As relações entre Portugal e Inglaterra estão a atravessar uma fase conturbada, e as consequências do que Eça e Ramalho fizeram — não especificam o quê — são imprevisíveis.

Momento 4.
Na sala de jantar do navio, os passageiros vão chegando e tomando o seu lugar nas diversas mesas. Um deles é Vasco, que se aproxima do Conde.
O Conde está perfeitamente maravilhado com todo aquele aparato, e não pára de elogiar os ingleses. Vasco não está minimamente entusiasmado; a sua única preocupação é a prima Luísa, Condessa de Valada, que já devia ter chegado do seu camarote para o jantar.
O Conde não dá nenhuma importância à preocupação de Vasco; os seus olhos passam um pouco por toda a sala, interessado especialmente nos ingleses, tentando perceber quem está presente, quem conhece e quem ainda não conhece.
Vasco recorda ao Conde, que se parece ter esquecido, da situação de crise que existe entre Inglaterra e Portugal: o país de Sua Majestade entregou um ultimato exigindo que Portugal retire uma expedição de um território africano que, por sinal, até pertence a Portugal. O povo anda na rua, disposto a tudo, num movimento patriótico que não distingue posição social. O próprio duque de Palmela vai devolver a medalha recebida por serviços prestados à marinha inglesa durante a Guerra da Crimeia.
O Conde diz a Vasco que tem essa situação bem presente; não se fala noutra coisa. De facto, há boatos que um oficial inglês presente naquele cruzeiro terá documentos importantíssimos relacionados com essa polémica, e que viaja para Malta para entregá-los ao Príncipe de Gales, debaixo do maior secretismo.
Se o segredo é assim tão grande, Vasco não percebe como é que o Conde sabe tanto. O Conde limita-se a sorrir, e responde que os ingleses podem ser magníficos em muitas coisas, mas ainda têm muito para aprender com os portugueses no que se refere a coscuvilhice.
Enquanto fala, o olhar do Conde detém-se na ponta oposta da sala, onde o Comandante do navio cumprimenta um oficial inglês (Rytmel).
O Conde não resiste à curiosidade e desloca-se até lá, com o intuito de conhecer aquela admirável figura. Deixa Vasco e desloca-se ao encontro do Comandante e Rytmel. Vasco vê-os conversar animadamente, com desdém. A sua atenção logo se desvia para o resto da sala; os seus olhos procuram avidamente pela Condessa.
A dada altura, o Conde chama Vasco, para apresentar o inglês, Capitão Rytmel. Desfaz?se em elogios desmesurados, e completamente despropositados para com alguém que acabou de conhecer. O simples facto do Capitão dominar a língua portuguesa parece, aos olhos do Conde, prova da superioridade inglesa.
Vasco, por seu lado, não manifesta particular simpatia por Rytmel, nem pelos ingleses em geral. E a atitude subserviente do Conde irrita?o, e Vasco reage, deixando o Conde levemente embaraçado perante Rytmel, com os seus comentários.
É então que surge a Condessa, radiante, apesar do olhar triste. Sorri quando vê Vasco. Dirige?se para os três homens, e o marido apressa-se a apresentá-la ao inglês. A maneira como o faz é prática e despachada, parecendo servir unicamente a função de impressionar Rytmel e deixar bem patente que ela é sua mulher.
Rytmel fica imediatamente encantado com Luísa. Vasco não pode deixar de reparar nisso. O Conde também percebe, mas primeiro vem a gentileza para com o inglês."

Isto está a aquecer, não está?
Já toda a gente sabe que:
Domingo é Domingo 4, porque sábado já era.
em breve neste blog perto de si

quinta-feira, novembro 13, 2003

E logo a seguir...

Continuação da matéria apresentada.
É só lerem de baixo para cima e passa tudo a fazer sentido.
Tenho recebido comentários, os últimos até foram do meu grande amigo "Cuidado com as imitações".
Obrigado amigo, são muito bem vindos e divertidos.
Serão publicados, no domingo que é dia do Senhor, porque todos os outros dias são dos senhores.
Aqui vai

"Momento 2.
Na casa em Sintra, a Condessa está de joelhos ao lado do corpo de Rytmel. Sidónio diz que vai chamar a polícia. O cocheiro intromete-se entre ele e a porta, enquanto Vasco diz que não o pode deixar sair dali.
Sidónio está furioso. Exige saber o porquê de ele e o seu amigo, Ferrão, terem sido forçados a vir até aquela casa. Vasco diz que, quando saiu de casa, o inglês ainda vivia, apesar de estar bastante mal, e o que pretendia era que Sidónio, como médico que é, o tratasse.
Sidónio fica surpreso quando percebe que Vasco sabe quem ele é. Mas Ferrão elucida-o: Vasco é primo da Condessa de Valada, que é aquela mulher que agora está de joelhos ao pé do cadáver; Ferrão lembra-se de já ter privado com ambos em sua casa.
Sidónio, agora que olha bem para a cara do jovem, também se lembra de o ter visto no teatro, e também em casa de Ferrão. No entanto, continua a exigir que se chame a polícia: tanto quanto ele sabe, pode muito bem ter sido o próprio Vasco a matar aquele inglês.
E, ao não avisar as autoridades, estará a ser cúmplice daquela morte."

Mostra-me o teu traceiro...por favor...
amanhã neste Blog perto de si.

quarta-feira, novembro 12, 2003

Depois do título vem o filme

E que filme!
Para já aqui vão os primeiros desenvolvimentos.
O que antecede este momento pode e deve ser recuperado, mais a baixo neste blog - bast fazer scrowl down - para que tudo isto faça sentido e ganhe balanço.
Problemas de produção?
Serão devidamente noticiados.
Primeiro o guião.
Sem guião não há produção.

"Momento 1.
A noite cai sobre o Mediterrâneo à passagem do Ceilão - o barco cruzeiro com destino a Malta, ao largo da costa espanhola. A brisa fresca do lusco-fusco obriga os passantes a agasalharem-se dentro das gabardinas.
Os passageiros descem para jantar, casais mais ou menos enrolados em capas e sobretudos, buscando protecção do frio.
Numa das janelas do navio uma mulher solta os cabelos à mercê do vento: é a Condessa.
A certa altura, o olhar da Condessa detém-se. Os seus olhos seguem, á distância e sem que este se aperceba, um oficial inglês: Rytmel."

Como eu gostava de ler o momento 2
em breve neste blog perto de si.

domingo, novembro 09, 2003

Porque hoje é domingo mas não parece.

É verdade! É domingo e não é...
É domingo porque corrresponde a este dia da semana, mas não é porque não recebi comentários.
De ninguém!
Tenho, na minha caixa electronica, alguns @s com recomendações sobre o uso do viagra (como se eu não soubesse), tenho outros que informam sobre as possibilidades e vantagens de comprar medicamentos sem receita médica, usando os serviços internautas.
Sobre o filme nada!
Um verdadeiro mistério.
Porque será que os vendedores de medicamentos não se interessam por mistérios?
Aparentemente nem eles, nem ninguém; nem mesmo o presidente.
Afinal querem ou não querem comparar as sinopses e reflectir sobre o assunto?
Dêm uma ajudinha pelo amor de Deus...

saudações domingueiras.

Não se pode ganhar todos os domingos.
neste blog perto de si.

o Benfica sabe isso melhor que ninguém.

sábado, novembro 08, 2003

E o resto?

Aqui está ele, até ao título.
Depois é só cinema.
E do melhor!

"Som de vidros a partirem-se: ao ouvir as palavras de SIDÓNIO, VASCO apertou o copo nas mãos e partiu-o.
Os cacos de vidro caem para o chão; a mão de VASCO está a sangrar; FERRÃO avança para lhe prestar auxílio e pega-lhe na mão.
Ao aproximar-se, vê nitidamente a cara de VASCO.
A expressão que faz quando vê a cara de VASCO não é muito diferente da expressão que SIDÓNIO fez quando viu o morto.

FERRÃO
Eu conheço-o…

Uma gota de sangue cai da mão de VASCO. Antes de atingir o chão…
… a gota já não é de sangue, mas de tinta, e cai sobre uma folha de papel. Estamos na mesma redacção da cena 2; mas quem agora está sentado à secretária é RAMALHO Ortigão.
Dá um pequeno estalo com a língua, como se tivesse acabado de fazer uma asneira. A gota de tinta caiu em cima da folha onde estava a escrever; mas só na parte branca, não por cima de nada que tivesse escrito.

RAMALHO
Não devia ter feito isto…

Leva a mão à cara; está com um ar preocupado. Quando a sua mão desce…
… já não é a sua mão, mas sim a do PILOTO ÁRABE; retomamos a cena 1 no exacto momento em que a deixámos.

PILOTO ÁRABE
(dando o sinal)
Fogo!

VASCO e RYTMEL viram?se um para o outro. Vemos agora a cara de RYTMEL. Disparam.
Há um breve momento de hesitação. Os dois homens estão de pé, armas fumegantes; o PILOTO ÁRABE e a tripulação olham imóveis para eles.
Uma arma cai no chão. Vemos a cara de RYTMEL. Mas quando voltamos a ver VASCO, percebemos que foi dele a arma que caiu. As pernas de VASCO cedem, e quando os seus joelhos tocam no chão…
… já não estamos no navio, mas sim na sala da cena 3. VASCO caiu de joelhos, agarrado à mão que cortou ao partir o copo. FERRÃO agacha?se para ampará?lo. SIDÓNIO pega na manta agora suja de sangue, e volta a tapar o corpo do inglês morto. Vemos a cara de RYTMEL a ser tapada.
SIDÓNIO aproxima?se da janela e afasta ligeiramente os cortinados. Do lado de fora da casa vê uma carruagem parada. Os cavalos resfolgam. Sentado em cima da carruagem, vemos a sinistra figura do COCHEIRO.
Corta para…
… o COCHEIRO, sentado na carruagem lá fora, falando muito baixo, quase em surdina.

COCHEIRO
Fogo. Tudo acaba em…

O COCHEIRO cala-se abruptamente quando percebe (quase sobrenaturalmente) que SIDÓNIO está a olhar para ele, de dentro da casa. Apesar da distância e do vidro que os separa, SIDÓNIO sente que o olhar do COCHEIRO o trespassa, e…
… vai para fechar a cortina quando, súbito, um vulto branco sai a correr desenfreadamente de dentro da casa em direcção ao matagal: é a CONDESSA.

SIDÓNIO
Que diabo…?

Alertado pela reacção de SIDÓNIO, VASCO levanta-se, olha pela janela e ainda tem tempo de ver a CONDESSA entrar pelo matagal, perseguida implacavelmente pelo sinistro COCHEIRO.
VASCO abre a boca para gritar; o seu grito ouve-se…
… a ecoar pelo matagal por onde a CONDESSA corre sem se preocupar com os ramos e os arbustos que lhe rasgam vestido e pele.

VASCO
(em off)
Luísa!

A CONDESSA continua a corrida…
… mas agora já não está no matagal: estamos de volta à cena 1, pegando exactamente onde a deixámos — a CONDESSA, depois de VASCO ter sido atingido e cair de joelhos, corre na sua direcção e grita:

CONDESSA
Vasco!

A CONDESSA precipita-se para VASCO, que sangra do ombro. RYTMEL baixa a arma e olha para a CONDESSA amparando VASCO, enquanto Chora e grita, assustada. A CONDESSA baixa a cabeça e, quando a levanta…… está novamente no matagal, a sua face aqui e ali escortanhada pelos ramos, soltando um grito quando o COCHEIRO a agarra. O grito da CONDESSA ecoa… fazendo-se ouvir na casa.
VASCO, à janela, começa a soluçar.

VASCO
Deus meu… como é que chegámos a isto?

Vemos a cara de RYTMEL, coberta pela manta, a mancha de sangue de VASCO perto da boca. Uma mosca pousa perto da mancha de sangue. Os gritos da CONDESSA continuam a ouvir-se.
Vemos a CONDESSA deitada no chão de folhas secas, chorando com a cara metida entre os braços, a figura sinistra do COCHEIRO de pé a seu lado, ambos banhados pela luz branca da lua que surge filtrada pela vegetação alta.
De volta à sala, VASCO chora, amparado por SIDÓNIO; FERRÃO aproxima a mão da mosca, como que para matá-la…
… quando a mão desce, já estamos na redacção: a mão de EÇA desceu rapidamente sobre a secretária, em concha, e apanhou a mosca.
EÇA molha a caneta no tinteiro, e prepara-se para escrever na folha branca que tem à frente. Ergue o punho cerrado...

EÇA
E assim começa.

…abre a mão, soltando a mosca, soltando a história. O choro da CONDESSA continuam a ouvir-se, em fundo. Corta para negro — título do filme:

"O MISTÉRIO DA ESTRADA DE SINTRA"

Agora esperem pelo resto do guião.

Enjoy the film.

vai continuar neste blog perto de si

quinta-feira, novembro 06, 2003

O novo guião chegou.
Em primeiro lugar apresento aquilo que, no nosso negócio (não me façam rir) tem o nome genérico de pré-genérico.
Depois chegam as acções e com elas as personagens e a seguir a história e mais o que o público quiser.

Pré genérico.
Fade in. (em inglês é sempre chic).

"Só se ouve o mar. Luzes de tochas reflectem?se na sua superfície. Uma mão segura uma tocha; a outra mão, pendente, segura uma arma. Vemos a cara ansiosa e determinada de VASCO. Atrás dele, o PILOTO ÁRABE e RYTMEL, também de costas voltadas para VASCO, e também com tochas na mão. Não vemos ainda a cara de RYTMEL.
VASCO engole em seco e olha para cima. A tripulação está empoleirada no mastro e nas vergas, alguns deles segurando tochas, que espalham uma luz sorumbática sobre a cena. Estamos num navio, em alto—mar.
VASCO volta a olhar em frente, concentrando?se para o que já se percebeu ser um duelo.
O PILOTO ÁRABE levanta a mão, e abre ligeiramente a boca. Vai dar o sinal para que os dois duelistas disparem. A meio do movimento de baixar o braço…
… o braço já não é do PILOTO ÁRABE, mas de EÇA de Queirós, que bate com a mão em cima da mesa. Tem uma caneta de tinteiro na mão. Está irritado com alguma coisa; olha nervosamente para o relógio que tem numa corrente.
Estamos numa sala de redacção, sem janela visível (existe, mas está fechada). Uma sala pequena demais para todos os papéis e arquivos que se acumulam um pouco por todo o lado. O único candeeiro da sala, em cima da mesa onde EÇA escreve, espalha sombras estranhas por entre toda a papelada acumulada.

EÇA guarda o relógio novamente no bolso; coloca a caneta no tinteiro. Levanta?se, pega no casaco que tem pendurado num bengaleiro e leva a mão à porta para abri?la. Quando a abre…
… já estamos noutro local: uma sala onde a única porta é a que foi aberta. Ainda de mão na maçaneta vemos VASCO com SIDÓNIO e FERRÃO atrás. Não vemos ainda a cara de nenhum deles. Em primeiro plano, vemos uma cara imóvel tapada por uma manta branca; quase imperceptível, é praticamente um vulto.
Estamos numa sala de estar mal iluminada (há um único candeeiro na sala) e ricamente decorada com sofás aveludados, mesas de apoio e um aparador. Nas paredes, alguns quadros a óleo representando cenas de caça à raposa e episódios mitológicos de intensa sensualidade.

Breve momento de hesitação: a mão de SIDÓNIO parada junto à manta; VASCO também suspenso, com o copo a meio caminho dos lábios. SIDÓNIO olha para FERRÃO, que levanta o queixo como que dizendo “o que tem de ser feito tem de ser feito”; SIDÓNIO respira fundo e, de um movimento só, retira a manta de cima do corpo.
Vemos a cara de RYTMEL. Não se mexe, não respira.

SÍDÓNIO
(olhando, de olhos muito abertos, o oficial inglês imóvel à sua frente)
Este homem está morto."

Em breve, não perca, neste blog perto de si:

Se não está morto não serve para esta história.



quarta-feira, novembro 05, 2003

Quem espera sempre alcança.

Esta grande verdade vai ser confirmada.
Finalmente, pode ser dada a possibilidade de leitura da nova sinopse.
Comparem com a anterior, aqui publicada em 22 de Outubro, e constatarão que efectivamente há uma mudança narratológica.
Fazem favor:

O MISTÉRIO DA ESTRADA DE SINTRA

Sinopse

Sintra, 1870.
O inglês está morto, há que encontrar um culpado. É o que faz a polícia. O inglês está morto, é preciso dar a notícia. É o que fazem os jornalistas. O inglês está morto, é preciso esconder o cadáver. É o que fazem os conspiradores. Quem é aquele oficial sedutor que ganhou para si os favores carnais de um dos melhores partidos portugueses, quem é aquela condessa insatisfeita com um casamento aparentemente perfeito, quem é aquele primo protector apaixonado, quem são os dois homens que o primo leva para a casa de Sintra e que chegam tarde demais para salvar o inglês, quem são os polícias que tudo vasculham na calada da noite, quem é o marido atraiçoado e porque é que sempre que se fala dele parece que se pões a segurança nacional em risco? Qual é o Mistério da Estrada de Sintra?

Mediterrâneo, ao largo da ilha de Malta, alguns meses antes.
Um duelo em alto mar, o fogo arde nas tochas, na expressão dos oponentes e no coração de Luísa, a mulher disputada. Um tiro ecoa no silêncio da noite…
Luísa, Condessa de Valada é uma das mulheres mais bonitas de Portugal. Casou ainda jovem com um político bastante mais velho e vive uma relação aparentemente feliz. Vasco, primo de Luísa, seu confidente e amigo é o único que tem consciência de que nem tudo são rosas nesse casamento perfeito. Para que não se sinta só, resolve acompanhar o casal num cruzeiro de recreio a Malta, a bordo do Ceilão, um navio de pavilhão britânico. É nesse ambiente de luxo que os três travam conhecimento com o capitão Rytmel, um jovem oficial herói de guerra na Índia. Mas Rytmel é também um sedutor fleumático irresistível para qualquer mulher. E a bordo também se encontra uma das suas mais recentes conquistas: a cubana Cármen, casada com um galego tão idoso quanto misterioso, mais interessado na recolha de informação confidencial do que em garantir a santidade do seu matrimónio. Não tarda que Luísa aproveite o facto do marido se encontrar ofuscado pela soberba dos ingleses para cair nos braços do oficial. E assim começa esta história de amor proibido.
E toda esta história chega à opinião pública através da escrita dos jornalistas Ramalho Ortigão e Eça de Queirós. Entre ambos também existe uma disputa. Será que tudo o que escrevem corresponde à realidade?
Em Malta, o Conde, Vasco e o galego descobrem que Rytmel transporta consigo documentos de vital importância que interessam tanto a Inglaterra quanto a Portugal, quanto a quem mais quiser pagar por eles. E Rytmel, de predador emocional, transforma-se numa presa política apetecível. Conclui-se então que à imagem do que o galego já tinha feito, também o Conde tenta usar a mulher e a relação que esta mantém com o inglês a seu favor. A competição aumenta, as amizades desvanecem-se, os espíritos tornam-se quezilentos e ninguém tem coragem de assumir que na realidade é de uma traição que se trata porque o que está em jogo é demasiado alto. Até que Rytmel tenta fugir com a Condessa a meio de um passeio. Vasco está lá para o impedir e a disputa descamba em duelo.
Ferrão e Sidónio regressam a Lisboa pela pacata estrada de Sintra. São abordados e raptados por dois desconhecidos encapuzados. Ferrão, um bon vivant que conhece toda a sociedade e o médico Sidónio são conduzidos a uma casa desconhecida. Na sala jaz um corpo. O encapuzado insiste que Sidónio o examine. O veredicto é rápido e contundente: “este homem está morto”. Este homem é Rytmel, os encapuzados são Vasco e o cocheiro. Mais há mais uma figura na casa, transfigurada e à beira da loucura: Luísa, a Condessa de Valada.
Os jornalistas sabem que são acossados pela polícia secreta, pois parecem ser os únicos que estão a par de toda a história. Nos corredores do São Carlos concluem que foram longe demais. É preciso por um ponto final na tragédia antes que a tragédia também os atinja.
Em Sintra, Ferrão e Sidónio reclamam liberdade. Foram envolvidos num crime que não lhes diz respeito. A confusão está instalada, mas tudo tende a piorar. À casa chega um último interveniente e à procura de respostas. O Conde, o marido enganado, o espião dissimulado está pronto a intervir, pelo menos para salvar a face. Quem matou Rytmel, como é que ele ali foi parar? O que é que cada uma destas pessoas pode fazer para sair desta história sem se queimar?

Uma história onde o amor é mais forte do que a tradição, a intriga escapa às evidências e tudo corre freneticamente, como num jogo. O Mistério da Estrada de Sintra desafia todas as convenções. A premonição está lançada desde o início da história. Tudo acabará em fogo."

O discurso modou.
Para melhor ou para pior?
Em quê?

"Sem um cadáver bem morto a história não pode viver"
em breve neste blog perto de si.

segunda-feira, novembro 03, 2003

O Novo Guião

É verdade, vou iniciar a divulgação periódica do novo guião.
De momento, a falta do guião, é a única coisa que me impede de iniciar a pré-produção. Estamos (Fonseca,Vaz e Paixão) em fase de acabamentos.
Já há algum dinheiro (bastante), falta algum, nomeadamente o resto.
Mas para saber o que é o resto, tenho de ter um guião. Este, é um documento precioso para se havaliarem custos e consequentemente o valor de "o resto"
Em breve iniciarei a divulgação do alinhamento do argumento, ou seja; mostrarei como a mesma história pode ser contada, não só a partir de um novo discurso, mas sobretudo apoiada, num novo conceito narratológico.

Esperem para ver.

Quem espera sempre alcança e autoclismos
Dálle (embora suiços, a palavra tem origem na nacionalidade do proprietário da fábrica, o português "dá-lhe")

em "O Senhor Presidente Falou (ou será falhou)", Marinha, Buraco cinco, 2003

domingo, novembro 02, 2003

Porque hoje é Domingo 3

É domingo. E porque hoje é domingo, faziam falta.
Muita falta mesmo.
Particularmente este que vem de muito longe.
Do Brasil, um querido amigo, conhecedor da profissão de fazer de conta, de fazer com que os outros façam de conta e, sobretudo, de representar com a mestria dos grandes actores.
Mandou-me este comentário que muito me honra por vir de quem vem:

"Estou cá visitando seu blog e pensando se a idéia de um novo
guião vem da nescessidade de atualizar o tratamento cinematografico
ou uma exigência de mercado? Não li o anterior. Gostaria de lê-lo.
Estou tentando, aqui em terras equatoriais, comprar "O Mistério..."
do Eça mas ainda não achei. Vou encontrar. Quero ver, também, o novo
roteiro(nem que seja aos pedaços)muito em breve. Desculpe tantos
gerundios mas...o que há de fazer, não é?"

De mais perto, mas ainda assim, do meio do oceano Atlântico. De alguém atento e com interesse nesta actividade que visa a escrita de "coisas" para serem vistas:

"CONSIDERAÇÕES SOBRE A ADAPTAÇÃO
Aconteceu-me cruzar com "The Shinning", de Stephen King, adaptado
pelo próprio para a televisão em dois episódios. São cinco horas de
redundâncias e banalidades que só servem para admirarmos ainda mais a versão de Kudbrick, o Jack Nicholson, e também o Francisco Nicholson (porque ser argumentista não deve ser nada fácil).
Depois de assistir à versão para televisão, comecei por admirar a
capacidade que o Kudbrick teve de deitar informação fora. Os conflitos
interiores dos personagens do livro, as suas dificuldades de comunicação,
nada disso o interessou. Seduziu-o mais uma quantidade de planos que mostram uma criança a pedalar pelos corredores do hotel, o som que se alterna consoante as rodas percorrem tapetes ou soalho, por exemplo.
Parece-me que todos os casos de adaptações cinematográficas de
sucesso aconteceram quando os cineastas usaram um livro da mesma maneira que um músico de jazz utiliza um standart: porque não interessa o que se toca, interessa é ter algo para tocar, uma melodia e uma harmonia que sirva para ser destruída a nosso gosto, interessa encontrar a matéria com a qual se pode construir o nosso ambiente, expor a nossa ideia.
Um outro exemplo, também musical: a versão do "Suzanne" da Nina
Simone. Leonard Cohen canta este tema com mágoa, como se tudo o que a Susana é fosse uma tragédia, um fatalidade na sua vida. Nina Simone, por seu lado, embora cante exactamente as mesmas palavras, celebra a pessoa que é Susana, conta-nos como está contente de existir uma mulher que a "alimenta a chá e laranjas". Os dois cantores adaptaram o mesmo texto para exprimir "um
ambiente" e uma "ideia" que era deles, não do papel.
Talvez no fundo uma narrativa seja tão abstracta como uma pauta musical, não
diga nada só por si, mas apenas quando acompanhada de uma estética."

Isto não vai ficar assim!
Não vai, não!
Esperem por:
"Notícias do novo guião"
neste blog perto de si.