domingo, novembro 30, 2003

Domingo é domingo 6

Pois é!
Nada de comentários.
Assim, aproveito este Domingo para não escrever. Nada!
Não é verdade, até porque já aqui escrevi que não ia escrever, por isso está escrito.
Fico à espera de comentários e de notícias dos leitores deste blog misterioso.
Até lá vou concluir o guião.
Estará pronto no dia 2 de Dezembro às 24 horas.
Para bater o sucesso do Harry Potter (também ele um mistério) já aluguei o túmulo da Amália no Panteão Nacional para fazer o lançamento.
Ganhará quem o conseguir lançar, pelo menos, até ao Tejo.
Não o túmulo mas sim o guião.
Amanhã é feriado, não esperem grande coisa de mim.

Momentos novos e frescos são esperadosneste blog parto de si

sexta-feira, novembro 28, 2003

Momentos únicos

Chegou o 17 e também o 18 (é um bónus)
A palavra bónus vai entre parêntesis porque é perigosa e pode ser mal interpretada.
O fim de semana vem aí.
Esperemos algum sossego, para terminar a tarefa do fim de semana.
Concluir o guião e entrar em produção.
Estão quase a chegar as graças - a montagem financeira, o mapa de rodagem, o levantamento - enfim coisas que depois se verificam impossíveis.
Entretanto divirtam-se com esta história do Eça e do Ramalho, e agora minha do Fonseca, do Vaz e do Botequilha.

"Momento 17.
No convés do navio, a Condessa desloca-se com firmeza até à amurada. Está visivelmente enfurecida. Põe as mãos em cima da madeira e procura acalmar-se, respirando fundo. Passam grupos de pessoas, em desentorpecimento. Ouve-se o som da orquestra, em fundo. De repente, a Condessa sente alguém aproximar-se por trás. É Rytmel.
Rytmel encosta-se à amurada, ao lado de Luísa. Usa o seu charme para se aproximar dela, falando da festa que os espera em Malta: o aniversário do Príncipe de Gales. Mas Luísa surpreende-o quando o interpela directamente acerca de Carmen.
Ao mesmo tempo que fica incomodado por ser interpelado acerca da sua relação com a cubana, Rytmel não pode deixar de se sentir contente: esta preocupação mal disfarçada por parte da Condessa em saber exactamente o que se passa entre ele e a cubana só pode significar que Luísa está interessada nele.
Rytmel suspira, como que querendo demonstrar que não lhe é fácil falar sobre isso. Pede à Condessa que guarde segredo do que lhe vai dizer, e enfatiza o perigo a que se expõe por confiar em Luísa, que é, afinal, uma Condessa portuguesa.
Luísa promete-lhe guardar segredo, e Rytmel diz-lhe então que Carmen tem algo de muito valioso, algo que pode decidir o futuro dos países de ambos, Rytmel e Condessa.
O problema é que, num passado longínquo, Carmen e ele tiveram um caso — nada de mais, garante Rytmel, só um devaneio de juventude —, e agora, a cubana está a usar a posse desses documentos importantes para chantageá-lo, obrigando-o a andar atrás dela.
A Condessa pergunta a Rytmel se a mulher que tiver esses documentos pode, de facto, obrigá-lo a fazer seja o que for. Rytmel, usando todo o seu charme e sedução, responde-lhe que depende da mulher.
A Condessa sorri. Lentamente, enquanto descreve o destino de ambos — Malta —, Rytmel vai cativando a Condessa.
Aos olhos de Vasco, que observa os dois de longe, e sem ser visto, a Condessa demonstra muito interesse e fascínio por Rytmel. Demasiado."

e também o

"Momento 18.
Um pouco mais tarde, no quarto da Condessa e do Conde: Luísa penteia o cabelo, enquanto o marido a censura, num tom cada vez mais austero, pelas atenções que dedicou a Rytmel.
A Condessa mostra-se surpreendida pelo que parece ser uma espécie de ciúme, vinda do marido. Tenta desviar o assunto, dizendo que o marido até devia estar contente por ela estar a ser tão simpática com um oficial inglês, de quem o Conde gosta tanto.
O marido explode, e o que diz deixa a Condessa surpreendida. O Conde detesta ingleses. A única razão que o leva a ser simpático com eles é porque não sabe que desfecho vai ter toda esta situação de crise entre Portugal e Inglaterra, e tem de mostrar-se amigo de Deus e do Diabo. Mas daí até permitir que a sua mulher se torne íntima de Rytmel vai uma grande distância. E dizendo isto, atira-lhe com a fotografia de Rytmel junto ao leão, dizendo-lhe que devia ter mais cuidado com as fotografias dos seus admiradores.
A Condessa pega na foto. Está desapontada com Vasco, ao perceber que este contou ao Conde da conversa que ela teve com Rytmel.
Mas neste momento, a surpresa de ver o marido com ciúmes por causa dela, e a confessar o seu ódio por ingleses, é mais desconcertante que tudo o resto."

Já se sabe que o mais tardar:
Domingo é Domingo 6
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quinta-feira, novembro 27, 2003

Um momento forte tem de ser grande.

Daí o momento 16.
Um dia mais de espera.
Enquanto daqui não sai o momento final, o tal guião, para ser filmado, a saga continua em momentos dramáticos e excitantes.
Telefonou-me a produção, querem um guião, senão...
Vão te-lo dia 4 de Dezembro.
Até lá leiam isto que é de primeira água.


"Momento 16.
Nessa noite, uma orquestra toca no salão do navio, contíguo à sala de
jantar. Os criados servem brandy aos homens e taças de champanhe às
senhoras; alguns oficiais ingleses acendem charutos, cigarrilhas e cachimbos.
Carmen toma conta da pista, dançando sensualmente com um oficial inglês. A cubana é um furacão; os outros pares afastam-na, para deixá-la brilhar.
Vasco, o Conde e a Condessa estão sentados junto a uma mesa, num canto
discreto do salão. O Conde e Vasco elogiam a beleza selvagem e a energia da cubana. A Condessa, com um misto de despeito, diz que não entende que tipo de fascínio pode aquela mulher exercer em alguém. Que o Conde se sinta atraído por aquele tipo de vulgaridade, ainda percebe; agora que Vasco sinta o mesmo já lhe parece mais estranho.
Carmen, entretanto, continua a dançar com o corpo colado ao oficial inglês. No final da música, uma mão toma a de Carmen, e substitui o seu par na próxima valsa. É Rytmel. Carmen quer afastar-se, mas Rytmel agarra-a fortemente pela cintura e obriga-a a dançar. Diz a Carmen que lhe devolva o que lhe roubou, mas Carmen apenas responde que não sabe do que ele está a falar.Da sua mesa, a Condessa repara em Rytmel e Carmen. O Conde, que já percebeu os olhares da Condessa a Rytmel, provoca a mulher, dizendo?lhe
que pelos vistos até o mais nobre e sofisticado dos oficiais de Sua
Majestade pode sucumbir aos encantos “vulgares” de Carmen.
Enquanto dançam, Rytmel diz a Carmen que desapareceram da sua pasta
documentos importantes. Carmen insiste em dizer que não tirou nada, mas
o seu tom é dúbio. Tenha ou não tirado o documento de que Rytmel fala,
a verdade é que, se não o sabia antes, ficou agora a saber que Rytmel acredita que ela tem algo que ele quer. Deixar Rytmel na dúvida é o
suficiente para ter a garantia de que o inglês vai andar atrás dela, por isso pode dar?se ao luxo de o tratar com desprezo. Rytmel avisa-a que está a mexer com coisas perigosas, que está a brincar com o fogo, mas a cubana não parece intimidada.
Diz-lhe que, se acredita que foi ela a roubar-lhe o documento e o quer de volta, então que a beije naquele preciso instante. Rytmel parece tentado, mas eis que repara no olhar da Condessa.
Luísa diz ao marido e ao primo que não se sente bem em ficar no meio deles enquanto os dois se desfazem em elogios para com Carmen. Com esta
desculpa, levanta-se e sai para o convés.
O Conde faz sinal a Vasco para que a siga. Vasco, um pouco contrariado,
acaba por levantar?se e seguir a Condessa.
Carmen repara que Rytmel olha para a Condessa enquanto esta sai. Num repente, tira as mãos do inglês da sua cintura. Diz-lhe que depois da
recusa em beijá-la, Rytmel nunca saberá se ela tem ou não o que ele
pretende. Afasta-se, altiva, deixando Rytmel sozinho no meio da pista de dança."

Aí vem o 17
e não é um autocarro
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quarta-feira, novembro 26, 2003

Dois momentos únicos.

Cá estão eles, para acelerar a trama.
Os nossos jornalistas estão em perigo.
"Quem brinca com o fogo...molha-se"


"Momento 14.
Ramalho, que continua escondido, começa a ouvir o som de gavetas a serem abertas, e papéis e pastas a serem atirados para o chão. Consegue espreitar para dentro da sala, e vê que os dois homens estão a revolver tudo, como se procurassem algo.
Cada vez parecem mais frustrados, por não encontrarem o que procuram, começam a atirar as gavetas e os arquivos para o chão cada vez com mais violência.
Ramalho encond-se, quando começa a ouvir o som de coisas a partirem-se na redacção.

Momento 15.
Na área de lazer do navio, Carmen aproxima-se do marido, que já está um pouco embriagado, junto do Conde e da Condessa.

A cubana está mal pronta, como se se tivesse vestido à pressa, e despenteada. O Conde, malicioso, pergunta-lhe se teve bons sonhos, o que lhe vale uma ligeira repreensão por parte da Condessa. D. Nicázio, que já conhece o feitio da mulher, prepara-se para o pior. A cubana está prestes a explodir em reacção às palavras provocatórias do Conde, mas nesse instante surge Rytmel.
O inglês e Carmen trocam um olhar, que não passa despercebido à Condessa. Carmen desvia o olhar, enquanto Rytmel cumprimenta os presentes. O Conde sorri maliciosamente, pensando que o ambiente que ali se gerou tem exclusivamente a ver com o facto de Rytmel e Carmen terem passado a noite juntos.
O Conde, sempre no seu tom bajulador, fala a Rytmel do aniversário do Príncipe de Gales, que terá lugar em Malta uns dias mais tarde. Rytmel não lhe dá muita atenção. Fica frustrado por não ter hipótese de falar com Carmen, e repara naquilo que parece ser um olhar de reprovação da Condessa.
Carmen agarra no braço de Nicázio, e diz?lhe para irem passear. O marido fica surpreendido por Carmen querer ir com ele seja para onde for, mas é óbvio que Carmen apenas quer evitar o inglês. O Conde sorri.
Surge Vasco que, quando repara em Rytmel se limita a acenar com a cabeça. Vasco cumprimenta a prima e o Conde, que lhe pergunta se já está mais calmo desde a noite anterior, referindo?se implicitamente ao incidente com Rytmel.
O inglês, calmo e educado, apressa?se a dizer que não há necessidade de voltar a falar nesse assunto. No plano político é normal que haja divergência de opiniões e o importante é saber resolver as coisas com diplomacia. Rytmel diz compreender a atitude de Vasco na noite anterior, e atribui aquele comportamento à juventude de Vasco, aliada a um louvável patriotismo.
Vasco fica um pouco irritado com o tom quase condescendente de Rytmel, mas tenta manter a calma e responder?lhe com o mesmo tom e educação.
A Rytmel tanto se lhe dá: o seu objectivo, que era parecer bem aos olhos da Condessa, foi cumprido. Rytmel percebe isso pela maneira como a Condessa sorri e olha para ele. Esse olhar não passa despercebido ao Conde, nem a Vasco"


Vou partir, mas vou ficar. Seja o que for cá estarei em breve para:

As delícias da Condessa
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segunda-feira, novembro 24, 2003

Segunda dia de fartura e de fome de leitura

Seguem novos momentos.
Não tem havido comentários sobre a actualidade porque a mesma não
merece.


"Momento 12.
Na redacção, Ramalho está sentado, a escrever. O candeeiro a petróelo
que tem em cima da sua mesa tremeluz e apaga-se: acabou-se o petróelo.
Às apalpadelas, no meio do escuro, Ramalho sai para a sala contígua à
sua, uma sala maior, com muitas secretárias, onde costumam trabalhar
muitas pessoas durante o dia; mas, àquela hora, a sala está vazia.
Enquanto procura por petróleo ou por um candeeiro novo, Ramalho ouve um
barulho, como se alguém se aproximasse. Fica estático, até que repara
numa luz que se aproxima pelos corredores.
Ramalho só tem tempo de se esconder atrás de uma secretária, enquanto
dois homens de sobretudos negros entram dentro da sala.
Um deles segura um candeeiro a petróleo. Olham á volta, para se
certificarem que estão sozinhos. Ramalho baixa ainda mais a cabeça, com
medo de ser visto.
Os dois homens dirigem-se lenta mas decididamente para a sala onde
Ramalho estava a escrever, e entram.

Momento 13.
Rytmel vasculha a sua pasta, à procura de algo que não encontra.
Despeja todo o conteúdo da pasta em cima da cama, mas ainda assim não
vê aquilo que procura.
Ocorre-lhe imediatamente que só poderá ter sido Carmen a roubá-lo."

e assim foi!
Amanhã há 14
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domingo, novembro 23, 2003

Domingo é domingo5

Recebi apenas um comentário.
Penso que não tem nada a ver como o que aqui se trata.
Apesar de tudo é misterioso, e não só porque hoje é domnigo, mas também por isso, vou publicá-lo.
De alguém que se preocupa com os mistérios do alargamento de orgãos sexuais, que eu não conheço, mas cuja preocupação respeito:

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Do mistério fica a informação.
Vem aí o Momento 11
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sábado, novembro 22, 2003

Sábado, bom Sádado e dose extra
Seguem momentos únicos.
A coisa está a compor-se não está?

"Momento 10.
Rytmel está no seu quarto, preparando-se para dormir. Batem à porta: é Carmen. Rytmel pergunta-lhe o que está ali a fazer, uma vez que o caso que ambos tiveram no passado acabou há muito. Carmen entra e fecha a porta atrás de si, apesar de Rytmel lhe dizer para se ir embora.
Usando toda a sua capacidade de sedução, Carmen responde-lhe que sabe perfeitamente disso, mas que não vê mal nenhum em matar as saudades por uma noite. O inglês acaba por ceder aos avanços da cubana, e envolvem-se os dois em beijos fogosos.

Momento 11
Manhã seguinte: D. Nicázio encontra o Conde e a Condessa sentados na área de lazer do navio.
Quando o Conde lhe pergunta pela sua mulher, D. Nicázio é evasivo, mas tanto ele como a Condessa percebem ainda assim que Carmen lhe é infiel há muito tempo, e que a promiscuidade da mulher só parcialmente afecta D. Nicázio, que encara tudo aquilo com aparente estoicismo.
Talvez seja para tentar esquecer as permanentes infidelidades da mulher que peça um copo de licor logo àquela hora da manhã.
Entretanto, no quarto do inglês, Carmen verifica se Rytmel continua a dormir, e levanta-se. O seu corpo nu avança cuidadosamente para uma pasta que Rytmel tem em cima da mesa. Muito devagar, para não fazer barulho, começa a remexer a papelada que o inglês ali guarda, junto com o seu álbum de fotografias.
É nesse instante que as fotografias, que não estão devidamente coladas ao álbum, caem no meio do chão. O barulho acorda o inglês, que apanha Carmen em flagrante a mexer nas suas coisas.
A mão de Rytmel agarra bruscamente a da cubana. Pergunta-lhe o que está a fazer. Estaria Carmen a tentar roubar algum documento importante?
Carmen diz-lhe que não tem nada a ver com questões políticas: a ela, tudo o que lhe importa é o amor de Rytmel, e o que diz procurar eram indícios de interesse do inglês por outra mulher, como uma carta por exemplo.
Furioso por esta intromissão na sua intimidade, Rytmel diz a Carmen que nunca o terá, pois não a ama. Força?a a sair do quarto."

Amanhã é Domingo
neste blog perto de si

sexta-feira, novembro 21, 2003

Agora sim

Vejam lá esta parte.
É só conflito.
Temos um problema!
Muito grave!
O presidente ameaça com um cancelemento da leitura do blog.
Espero que seja só uma ameaça.
Sr. Presidente pense bem. Depois há que resumir e explicar, o senhor é essencial.
Para já sai momento.

"Momento 9.
Vasco está sozinho no convés, tentando acalmar-se. A Condessa surge por trás dele.
Diz-lhe que não percebe o porquê do primo ter tanta animosidade pelos ingleses. Vasco responde-lhe, dizendo que de facto não morre de amores por eles, mas que não foi Rytmel o principal visado pelas suas provocações. O que mais enerva Vasco é a permanente adulação que alguns membros da aristocracia portuguesa, especialmente o Conde, têm perante os oficiais ingleses; foi também o Conde que Vasco pretendeu atingir.
Apesar das palavras de Vasco sugerirem apenas motivações políticas, a Condessa detecta também nelas uma espécie de ciúme por parte de Vasco. Este acaba por confessar-lhe, como já fez tantas outras vezes, que o seu coração parte-se quando pensa que uma mulher tão maravilhosa como é Luísa está casada com um homem que não lhe dá o devido valor. Por isso, também, Vasco despreza o Conde.
Antes que Vasco repita as juras de amor que muitas vezes fez no passado, a Condessa apressa?se a dizer-lhe que, apesar da falta de amor, está resignada a viver com o Conde, a quem está irremediavelmente presa pelos laços do matrimónio. E que, acima de tudo, considera Vasco como um grande amigo, o seu melhor amigo, mas nada mais. O que, notoriamente, deixa Vasco frustrado.
Visivelmente amargurado, Vasco despede-se da prima e diz-lhe que se vai deitar. A Condessa olha para ele com um olhar triste, enquanto Vasco se afasta pelo convés.
É então que ouve a voz de Rytmel. O inglês aproxima-se da Condessa e pergunta se pode partilhar a sua companhia por uns momentos.
Luísa sorri. Repara que Rytmel traz consigo um álbum, que Rytmel diz conter fotografias e recordações dos anos passados em África. Foi buscá-lo para mostrar algumas fotos ao Comandante, mas perante a notória curiosidade da Condessa, o inglês, galanteador, oferece-se para mostrá-las.
Sentam-se os dois, virados para o mar alto, e Rytmel abre o álbum. Várias fotografias mal-coladas ao álbum e vários papéis e lembranças de viagem que ali estão no meio caem para o chão.
A Condessa baixa-se para apanhá-las ao mesmo tempo que o inglês, e as suas bocas ficam bastante próximas. Fitam-se nos olhos um do outro, por uns tensos momentos, até que a Condessa desvia o olhar e começa a apanhar as fotografias do chão.
O inglês diz-lhe que trata de apanhá-las, não é próprio de uma Condessa fazer esse tipo de coisa.
A proximidade repentina parece ter feito a Condessa retrair-se. Rytmel percebe isso, e prefere retirar-se educadamente quando a Condessa manifesta vontade de estar sozinha.
Rytmel levanta-se, despede-se com um até já, e afasta-se. Mas a Condessa chama-o. O inglês pára e olha para trás: Luísa tem uma fotografia na mão, e diz-lhe que se esqueceu de apanhar esta.
Rytmel sorri e diz à Condessa que a guarde. Afasta-se com um sorriso.
A Condessa olha para a fotografia, onde Rytmel está junto a um leão, durante uma caçada."

Domingo está próximo e comentários nada.
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quinta-feira, novembro 20, 2003

Curto mas moderno

Este momento é curto.
Como curta é crise do país (uma piada estafada).
Por isso façam com que passe depressa.

"Momento 8.
No cruzeiro, o Conde corre atrás de Rytmel, seguindo-o pelo convés. Desfaz-se em desculpas, dizendo que a opinião do primo na questão de África não é forçosamente a da maioria dos portugueses; ou, pelo menos, a sua.
Mas Rytmel não parece estar com grande paciência para as adulações do Conde e, algo rispidamente, deixa-o a falar sozinho, o que deixa o Conde irritado."

Amanhã vai haver muito mais fruta
neste blog perto de si

quarta-feira, novembro 19, 2003

Faltava este momento para aquecer os momentos que passaram e os que hão-de vir
E esta? Então não é que o Bife foi envenenado.

"Momento 7.
Na casa em Sintra, Sidónio está irritado e pergunta a Ferrão o porquê de estar a pactuar com aquela situação.
Ferrão, que tem plena consciência do contexto político conturbado que se vive, avisa Sidónio para os perigos de uma Condessa e a sua família se verem envolvidos no assassinato de um oficial inglês. As consequências seriam terríveis.
Por isso, será melhor para todos, para o país, que aquele corpo desapareça o mais rápido possível.
ASidónio luta interiormente. Se por um lado compreende as implicações, por outro sente a profunda obrigação de apurar a responsabilidade daquela morte. Afinal, quem envenenou Rytmel, colocando?lhe ópio na garrafa de vinho que bebeu?"

Se beber não se envenene
quando Deus quiser neste blog perto de si

terça-feira, novembro 18, 2003

Hurra!hurra! consegui.
A partir de agora já mais ninguém me lixa...

Momento 6
A Condessa, o Conde, Vasco e o inglês estão sentados na mesa do Comandante, Lord Grenley. Presentes estão também D. Nicázio, um comerciante espanhol, e a sua mulher, a cubana Carmen. A maior parte das atenções de Rytmel vão para a Condessa. É a olhar para ela que Rytmel fala das suas campanhas por África, e a Condessa escuta-o, encantada. Carmen fica notoriamente irritada com as atenções que Rytmel dispensa à Condessa, mas tenta não demonstrá?lo. Tentando chamar a atenção de inglês, e uma vez que este parece só ter olhos para a Condessa, Carmen começa a conversar com ela. Fala da evidente superioridade que as mulheres têm sobre os homens. Basta a uma mulher ter algo que um homem quer, para que este não a largue. E uma mulher tem sempre algo que um homem quer. Carmen fala alto, para que toda a gente ouça, evidenciando a sua explosiva sexualidade e o seu conhecimento e poder sobre os homens, pensando que assim impressiona Rytmel. O Conde, entretanto, não pára de tecer os mais rasgados elogios a Rytmel e a Inglaterra. Vasco, farto das constantes bajulações do Conde, reage com algum azedume. As suas convicções políticas são sublimadas pelo atenção que Rytmel parece dedicar à sua prima, e passa o jantar tentando trazer à conversa o antagonismo entre Portugal e Inglaterra. Rytmel tenta contornar as palavras provocadoras do jovem. O Conde está tremendamente embaraçado, pois Rytmel parece prestes a levantar?se da mesa, ofendido com as palavras de Vasco. De facto, só não o faz imediatamente porque está interessado na Condessa, que parece corresponder ao interesse do inglês. Luísa também começa a achar que o primo está a exagerar, trazendo aquele assunto para um jantar e um cruzeiro que se pretende agradável. E quanto mais intercede a favor de Rytmel, mais Vasco se exalta, por ciúme. Entretanto, por baixo da mesa, os pés descalços de Carmen acariciam as pernas de Rytmel. Este lança?lhe um olhar reprovador, mas ela apenas sorri, e continua as carícias com os pés, cada vez mais atrevidas. D. Nicázio percebe o que a mulher está a fazer, mas não reage; apenas suspira, como se já estivesse acostumado às infidelidades da mulher. Quando as provocações — de Vasco, por um lado, e de Carmen, por outro — se tornam insuportáveis, Rytmel acaba por levantar?se, educadamente, mas deixando bem patente que abandona a mesa por causa dos comentários de Vasco. Depois de repreender Vasco, o Conde levanta?se da mesa e segue Rytmel, para lhe pedir desculpas. A Condessa percebe que Vasco está perturbado. Quando tenta falar com ele, o primo levanta?se e também abandona a mesa.
Ando há mais de três dias a ver se consigo publicar a continuação do story outline.
Não consigo!
Mas não vou desistir.
"Há que ter paciência", já dizia o presidente. "O que custa mais são os primeiros vinte anos".
Vou tentar novamente.
Deixemos a inquietalção repousar.
Notícias da produção:
"Onde pára a sinopse?"
Se não lê o Blog a culpa é dela.
Até breve
Momento 6
já a seguir neste blog perto de si.
Momento 5
A Condessa, o Conde, Vasco e o inglês estão sentados na mesa do Comandante, Lord Grenley. Presentes estão também D. Nicázio, um comerciante espanhol, e a sua mulher, a cubana Carmen. A maior parte das atenções de Rytmel vão para a Condessa.
É a olhar para ela que Rytmel fala das suas campanhas por África, e a Condessa escuta-o, encantada. Carmen fica notoriamente irritada com as atenções que Rytmel dispensa à Condessa, mas tenta não demonstrá-lo. Tentando chamar a atenção de inglês, e uma vez que este parece só ter olhos para a Condessa, Carmen começa a conversar com ela. Fala da evidente superioridade que as mulheres têm sobre os homens. Basta a uma mulher ter algo que um homem quer, para que este não a largue. E uma mulher tem sempre algo que um homem quer. Carmen fala alto, para que toda a gente ouça, evidenciando a sua explosiva sexualidade e o seu conhecimento e poder sobre os homens, pensando que assim impressiona Rytmel. O Conde, entretanto, não pára de tecer os mais rasgados elogios a Rytmel e a Inglaterra. Vasco, farto das constantes bajulações do Conde, reage com algum azedume. As suas convicções políticas são sublimadas pelo atenção que Rytmel parece dedicar à sua prima, e passa o jantar tentando trazer à conversa o antagonismo entre Portugal e Inglaterra. Rytmel tenta contornar as palavras provocadoras do jovem.
O Conde está tremendamente embaraçado, pois Rytmel parece prestes a levantar?se da mesa, ofendido com as palavras de Vasco. De facto, só não o faz imediatamente porque está interessado na Condessa, que parece corresponder ao interesse do inglês. Luísa também começa a achar que o primo está a exagerar, trazendo aquele assunto para um jantar e um cruzeiro que se pretende agradável. E quanto mais intercede a favor de Rytmel, mais Vasco se exalta, por ciúme. Entretanto, por baixo da mesa, os pés descalços de Carmen acariciam as pernas de Rytmel. Este lança?lhe um olhar reprovador, mas ela apenas sorri, e continua as carícias com os pés, cada vez mais atrevidas.
Momento 5
A Condessa, o Conde, Vasco e o inglês estão sentados na mesa do Comandante, Lord Grenley. Presentes estão também D. Nicázio, um comerciante espanhol, e a sua mulher, a cubana Carmen. A maior parte das atenções de Rytmel vão para a Condessa.

domingo, novembro 16, 2003

Domingo é domingo outra vez

Como sempre aos domingos, seguem os comentários.
Esta semana já houve alguns e bons.

De um querido amigo, mais dado ás lides comerciais, embora sensível às mestrias artísticas como se pode constatar, pelo menos, pela forma como a mensagem foi redigida:

"Caríssimo Paixão,
Estou de volta. Desta vez para o animar.
Descobri mais uma utilidade para o seu popular blog.
Depois de uma semana arrasadora, resolvi conceder-me uma pausa. Desliguei o cérebro e entrei n’omisteriodaestradadesintra.
Lida uma crónica e já transbordava de alegria.
Quem gasta o seu tempo a escrever isto só pode ser mais desgraçado do que eu. Afinal de que me posso queixar?
Bem haja caro Paixão!"

e agora de um velho amigo e colaborador que sempre me honra com as suas atenções e considerações:

"PARA ESPAIRECER DURANTE O INTERVALO EM QUE SUJO UMAS TELAS,VIM ATÉ À JANELA E VI PASSAR O TEU BLOG,DIZES TU,VAZIO E MANCO DE INCENTIVOS.
JPC NÃO DESANIMES(até porque não és homem para isso)ESTÁ NA
FORJA omisteriodasegundacircular COM MONTES DE SUBSIDIOS DESDE O JARDIM ZOOLOGICO ATÉ À SOCIEDADE PROTECTORA DOS ANIMAIS PORQUE TEM LEÕES,AGUIAS E ATÉ UM DRAGÃO CONCEBIDO ATRAVEZ DE EFEITOS ESPECIAIS E VAI SER EXIBIDO POR DIVERSAS JORNADAS
ATÉ MAIO.DEPOIS VEM UMA SUPER PRODUÇÃO INTERNACIONAL,QUE POR ACASO ATÉ FAZ MUITO FERRO À TIA NÉLINHA FERREIRA LEITE E COM TODA A RAZÃO.
REPORTANDO-ME AGORA AO DIA 8,SÁBADO,ATENÇÃO À GOTA DE SANGUE QUE NÃO É SANGUE.
NÃO A PONHAS VERMELHA.AZUL.AZUL,TEM MAIS "CHIC".ALIAS SE METE CONDESSA E TUDO TEMDE SER AZUL.
O ARABE "TÁ BEM" SER PILOTO,MAS DA "IRAKIAN AIRLINES" E O INGLES DA "M5".
JÁ AGORA O QUEIRÓS DÁ-SE BEM COM O QUEIROZ, OU OLHAM-SE DE REVEZ ? VEM PARA AÍ CHUVA É MELHOR FECHAR A JANELA E VOLTAR À DROGARIA ONDE ESTÃO AS TINTAS..."

Uma vez mais, muito obrigado pelos comentários.
Mesmo que a maior parte das vezes, não comentam o filme, não tem importância nenhuma (como diria o Artur Jorge- É absolutamente normal), que para isso estou cá eu.
A saga continua
em breve neste blog perto de si

sexta-feira, novembro 14, 2003

O FIm de semana vem aí

E quem não deu por ele é porque não faz nada.
Durante o fim de semana, normalmente, o tempo não dá para nada mas ao mesmo tempo dá para tudo, por isso segue leitura reforçada.

"Momento 3.
Na redacção, Ramalho lê um jornal. Eça, que parece divertido, olha para ele, à espera que Ramalho acabe de ler.
Ramalho pousa o jornal, com um ar preocupado. Acha que está na altura de pararem com tudo, porque o jogo — não especifica qual — já foi longe demais. As relações entre Portugal e Inglaterra estão a atravessar uma fase conturbada, e as consequências do que Eça e Ramalho fizeram — não especificam o quê — são imprevisíveis.

Momento 4.
Na sala de jantar do navio, os passageiros vão chegando e tomando o seu lugar nas diversas mesas. Um deles é Vasco, que se aproxima do Conde.
O Conde está perfeitamente maravilhado com todo aquele aparato, e não pára de elogiar os ingleses. Vasco não está minimamente entusiasmado; a sua única preocupação é a prima Luísa, Condessa de Valada, que já devia ter chegado do seu camarote para o jantar.
O Conde não dá nenhuma importância à preocupação de Vasco; os seus olhos passam um pouco por toda a sala, interessado especialmente nos ingleses, tentando perceber quem está presente, quem conhece e quem ainda não conhece.
Vasco recorda ao Conde, que se parece ter esquecido, da situação de crise que existe entre Inglaterra e Portugal: o país de Sua Majestade entregou um ultimato exigindo que Portugal retire uma expedição de um território africano que, por sinal, até pertence a Portugal. O povo anda na rua, disposto a tudo, num movimento patriótico que não distingue posição social. O próprio duque de Palmela vai devolver a medalha recebida por serviços prestados à marinha inglesa durante a Guerra da Crimeia.
O Conde diz a Vasco que tem essa situação bem presente; não se fala noutra coisa. De facto, há boatos que um oficial inglês presente naquele cruzeiro terá documentos importantíssimos relacionados com essa polémica, e que viaja para Malta para entregá-los ao Príncipe de Gales, debaixo do maior secretismo.
Se o segredo é assim tão grande, Vasco não percebe como é que o Conde sabe tanto. O Conde limita-se a sorrir, e responde que os ingleses podem ser magníficos em muitas coisas, mas ainda têm muito para aprender com os portugueses no que se refere a coscuvilhice.
Enquanto fala, o olhar do Conde detém-se na ponta oposta da sala, onde o Comandante do navio cumprimenta um oficial inglês (Rytmel).
O Conde não resiste à curiosidade e desloca-se até lá, com o intuito de conhecer aquela admirável figura. Deixa Vasco e desloca-se ao encontro do Comandante e Rytmel. Vasco vê-os conversar animadamente, com desdém. A sua atenção logo se desvia para o resto da sala; os seus olhos procuram avidamente pela Condessa.
A dada altura, o Conde chama Vasco, para apresentar o inglês, Capitão Rytmel. Desfaz?se em elogios desmesurados, e completamente despropositados para com alguém que acabou de conhecer. O simples facto do Capitão dominar a língua portuguesa parece, aos olhos do Conde, prova da superioridade inglesa.
Vasco, por seu lado, não manifesta particular simpatia por Rytmel, nem pelos ingleses em geral. E a atitude subserviente do Conde irrita?o, e Vasco reage, deixando o Conde levemente embaraçado perante Rytmel, com os seus comentários.
É então que surge a Condessa, radiante, apesar do olhar triste. Sorri quando vê Vasco. Dirige?se para os três homens, e o marido apressa-se a apresentá-la ao inglês. A maneira como o faz é prática e despachada, parecendo servir unicamente a função de impressionar Rytmel e deixar bem patente que ela é sua mulher.
Rytmel fica imediatamente encantado com Luísa. Vasco não pode deixar de reparar nisso. O Conde também percebe, mas primeiro vem a gentileza para com o inglês."

Isto está a aquecer, não está?
Já toda a gente sabe que:
Domingo é Domingo 4, porque sábado já era.
em breve neste blog perto de si

quinta-feira, novembro 13, 2003

E logo a seguir...

Continuação da matéria apresentada.
É só lerem de baixo para cima e passa tudo a fazer sentido.
Tenho recebido comentários, os últimos até foram do meu grande amigo "Cuidado com as imitações".
Obrigado amigo, são muito bem vindos e divertidos.
Serão publicados, no domingo que é dia do Senhor, porque todos os outros dias são dos senhores.
Aqui vai

"Momento 2.
Na casa em Sintra, a Condessa está de joelhos ao lado do corpo de Rytmel. Sidónio diz que vai chamar a polícia. O cocheiro intromete-se entre ele e a porta, enquanto Vasco diz que não o pode deixar sair dali.
Sidónio está furioso. Exige saber o porquê de ele e o seu amigo, Ferrão, terem sido forçados a vir até aquela casa. Vasco diz que, quando saiu de casa, o inglês ainda vivia, apesar de estar bastante mal, e o que pretendia era que Sidónio, como médico que é, o tratasse.
Sidónio fica surpreso quando percebe que Vasco sabe quem ele é. Mas Ferrão elucida-o: Vasco é primo da Condessa de Valada, que é aquela mulher que agora está de joelhos ao pé do cadáver; Ferrão lembra-se de já ter privado com ambos em sua casa.
Sidónio, agora que olha bem para a cara do jovem, também se lembra de o ter visto no teatro, e também em casa de Ferrão. No entanto, continua a exigir que se chame a polícia: tanto quanto ele sabe, pode muito bem ter sido o próprio Vasco a matar aquele inglês.
E, ao não avisar as autoridades, estará a ser cúmplice daquela morte."

Mostra-me o teu traceiro...por favor...
amanhã neste Blog perto de si.

quarta-feira, novembro 12, 2003

Depois do título vem o filme

E que filme!
Para já aqui vão os primeiros desenvolvimentos.
O que antecede este momento pode e deve ser recuperado, mais a baixo neste blog - bast fazer scrowl down - para que tudo isto faça sentido e ganhe balanço.
Problemas de produção?
Serão devidamente noticiados.
Primeiro o guião.
Sem guião não há produção.

"Momento 1.
A noite cai sobre o Mediterrâneo à passagem do Ceilão - o barco cruzeiro com destino a Malta, ao largo da costa espanhola. A brisa fresca do lusco-fusco obriga os passantes a agasalharem-se dentro das gabardinas.
Os passageiros descem para jantar, casais mais ou menos enrolados em capas e sobretudos, buscando protecção do frio.
Numa das janelas do navio uma mulher solta os cabelos à mercê do vento: é a Condessa.
A certa altura, o olhar da Condessa detém-se. Os seus olhos seguem, á distância e sem que este se aperceba, um oficial inglês: Rytmel."

Como eu gostava de ler o momento 2
em breve neste blog perto de si.

domingo, novembro 09, 2003

Porque hoje é domingo mas não parece.

É verdade! É domingo e não é...
É domingo porque corrresponde a este dia da semana, mas não é porque não recebi comentários.
De ninguém!
Tenho, na minha caixa electronica, alguns @s com recomendações sobre o uso do viagra (como se eu não soubesse), tenho outros que informam sobre as possibilidades e vantagens de comprar medicamentos sem receita médica, usando os serviços internautas.
Sobre o filme nada!
Um verdadeiro mistério.
Porque será que os vendedores de medicamentos não se interessam por mistérios?
Aparentemente nem eles, nem ninguém; nem mesmo o presidente.
Afinal querem ou não querem comparar as sinopses e reflectir sobre o assunto?
Dêm uma ajudinha pelo amor de Deus...

saudações domingueiras.

Não se pode ganhar todos os domingos.
neste blog perto de si.

o Benfica sabe isso melhor que ninguém.

sábado, novembro 08, 2003

E o resto?

Aqui está ele, até ao título.
Depois é só cinema.
E do melhor!

"Som de vidros a partirem-se: ao ouvir as palavras de SIDÓNIO, VASCO apertou o copo nas mãos e partiu-o.
Os cacos de vidro caem para o chão; a mão de VASCO está a sangrar; FERRÃO avança para lhe prestar auxílio e pega-lhe na mão.
Ao aproximar-se, vê nitidamente a cara de VASCO.
A expressão que faz quando vê a cara de VASCO não é muito diferente da expressão que SIDÓNIO fez quando viu o morto.

FERRÃO
Eu conheço-o…

Uma gota de sangue cai da mão de VASCO. Antes de atingir o chão…
… a gota já não é de sangue, mas de tinta, e cai sobre uma folha de papel. Estamos na mesma redacção da cena 2; mas quem agora está sentado à secretária é RAMALHO Ortigão.
Dá um pequeno estalo com a língua, como se tivesse acabado de fazer uma asneira. A gota de tinta caiu em cima da folha onde estava a escrever; mas só na parte branca, não por cima de nada que tivesse escrito.

RAMALHO
Não devia ter feito isto…

Leva a mão à cara; está com um ar preocupado. Quando a sua mão desce…
… já não é a sua mão, mas sim a do PILOTO ÁRABE; retomamos a cena 1 no exacto momento em que a deixámos.

PILOTO ÁRABE
(dando o sinal)
Fogo!

VASCO e RYTMEL viram?se um para o outro. Vemos agora a cara de RYTMEL. Disparam.
Há um breve momento de hesitação. Os dois homens estão de pé, armas fumegantes; o PILOTO ÁRABE e a tripulação olham imóveis para eles.
Uma arma cai no chão. Vemos a cara de RYTMEL. Mas quando voltamos a ver VASCO, percebemos que foi dele a arma que caiu. As pernas de VASCO cedem, e quando os seus joelhos tocam no chão…
… já não estamos no navio, mas sim na sala da cena 3. VASCO caiu de joelhos, agarrado à mão que cortou ao partir o copo. FERRÃO agacha?se para ampará?lo. SIDÓNIO pega na manta agora suja de sangue, e volta a tapar o corpo do inglês morto. Vemos a cara de RYTMEL a ser tapada.
SIDÓNIO aproxima?se da janela e afasta ligeiramente os cortinados. Do lado de fora da casa vê uma carruagem parada. Os cavalos resfolgam. Sentado em cima da carruagem, vemos a sinistra figura do COCHEIRO.
Corta para…
… o COCHEIRO, sentado na carruagem lá fora, falando muito baixo, quase em surdina.

COCHEIRO
Fogo. Tudo acaba em…

O COCHEIRO cala-se abruptamente quando percebe (quase sobrenaturalmente) que SIDÓNIO está a olhar para ele, de dentro da casa. Apesar da distância e do vidro que os separa, SIDÓNIO sente que o olhar do COCHEIRO o trespassa, e…
… vai para fechar a cortina quando, súbito, um vulto branco sai a correr desenfreadamente de dentro da casa em direcção ao matagal: é a CONDESSA.

SIDÓNIO
Que diabo…?

Alertado pela reacção de SIDÓNIO, VASCO levanta-se, olha pela janela e ainda tem tempo de ver a CONDESSA entrar pelo matagal, perseguida implacavelmente pelo sinistro COCHEIRO.
VASCO abre a boca para gritar; o seu grito ouve-se…
… a ecoar pelo matagal por onde a CONDESSA corre sem se preocupar com os ramos e os arbustos que lhe rasgam vestido e pele.

VASCO
(em off)
Luísa!

A CONDESSA continua a corrida…
… mas agora já não está no matagal: estamos de volta à cena 1, pegando exactamente onde a deixámos — a CONDESSA, depois de VASCO ter sido atingido e cair de joelhos, corre na sua direcção e grita:

CONDESSA
Vasco!

A CONDESSA precipita-se para VASCO, que sangra do ombro. RYTMEL baixa a arma e olha para a CONDESSA amparando VASCO, enquanto Chora e grita, assustada. A CONDESSA baixa a cabeça e, quando a levanta…… está novamente no matagal, a sua face aqui e ali escortanhada pelos ramos, soltando um grito quando o COCHEIRO a agarra. O grito da CONDESSA ecoa… fazendo-se ouvir na casa.
VASCO, à janela, começa a soluçar.

VASCO
Deus meu… como é que chegámos a isto?

Vemos a cara de RYTMEL, coberta pela manta, a mancha de sangue de VASCO perto da boca. Uma mosca pousa perto da mancha de sangue. Os gritos da CONDESSA continuam a ouvir-se.
Vemos a CONDESSA deitada no chão de folhas secas, chorando com a cara metida entre os braços, a figura sinistra do COCHEIRO de pé a seu lado, ambos banhados pela luz branca da lua que surge filtrada pela vegetação alta.
De volta à sala, VASCO chora, amparado por SIDÓNIO; FERRÃO aproxima a mão da mosca, como que para matá-la…
… quando a mão desce, já estamos na redacção: a mão de EÇA desceu rapidamente sobre a secretária, em concha, e apanhou a mosca.
EÇA molha a caneta no tinteiro, e prepara-se para escrever na folha branca que tem à frente. Ergue o punho cerrado...

EÇA
E assim começa.

…abre a mão, soltando a mosca, soltando a história. O choro da CONDESSA continuam a ouvir-se, em fundo. Corta para negro — título do filme:

"O MISTÉRIO DA ESTRADA DE SINTRA"

Agora esperem pelo resto do guião.

Enjoy the film.

vai continuar neste blog perto de si

quinta-feira, novembro 06, 2003

O novo guião chegou.
Em primeiro lugar apresento aquilo que, no nosso negócio (não me façam rir) tem o nome genérico de pré-genérico.
Depois chegam as acções e com elas as personagens e a seguir a história e mais o que o público quiser.

Pré genérico.
Fade in. (em inglês é sempre chic).

"Só se ouve o mar. Luzes de tochas reflectem?se na sua superfície. Uma mão segura uma tocha; a outra mão, pendente, segura uma arma. Vemos a cara ansiosa e determinada de VASCO. Atrás dele, o PILOTO ÁRABE e RYTMEL, também de costas voltadas para VASCO, e também com tochas na mão. Não vemos ainda a cara de RYTMEL.
VASCO engole em seco e olha para cima. A tripulação está empoleirada no mastro e nas vergas, alguns deles segurando tochas, que espalham uma luz sorumbática sobre a cena. Estamos num navio, em alto—mar.
VASCO volta a olhar em frente, concentrando?se para o que já se percebeu ser um duelo.
O PILOTO ÁRABE levanta a mão, e abre ligeiramente a boca. Vai dar o sinal para que os dois duelistas disparem. A meio do movimento de baixar o braço…
… o braço já não é do PILOTO ÁRABE, mas de EÇA de Queirós, que bate com a mão em cima da mesa. Tem uma caneta de tinteiro na mão. Está irritado com alguma coisa; olha nervosamente para o relógio que tem numa corrente.
Estamos numa sala de redacção, sem janela visível (existe, mas está fechada). Uma sala pequena demais para todos os papéis e arquivos que se acumulam um pouco por todo o lado. O único candeeiro da sala, em cima da mesa onde EÇA escreve, espalha sombras estranhas por entre toda a papelada acumulada.

EÇA guarda o relógio novamente no bolso; coloca a caneta no tinteiro. Levanta?se, pega no casaco que tem pendurado num bengaleiro e leva a mão à porta para abri?la. Quando a abre…
… já estamos noutro local: uma sala onde a única porta é a que foi aberta. Ainda de mão na maçaneta vemos VASCO com SIDÓNIO e FERRÃO atrás. Não vemos ainda a cara de nenhum deles. Em primeiro plano, vemos uma cara imóvel tapada por uma manta branca; quase imperceptível, é praticamente um vulto.
Estamos numa sala de estar mal iluminada (há um único candeeiro na sala) e ricamente decorada com sofás aveludados, mesas de apoio e um aparador. Nas paredes, alguns quadros a óleo representando cenas de caça à raposa e episódios mitológicos de intensa sensualidade.

Breve momento de hesitação: a mão de SIDÓNIO parada junto à manta; VASCO também suspenso, com o copo a meio caminho dos lábios. SIDÓNIO olha para FERRÃO, que levanta o queixo como que dizendo “o que tem de ser feito tem de ser feito”; SIDÓNIO respira fundo e, de um movimento só, retira a manta de cima do corpo.
Vemos a cara de RYTMEL. Não se mexe, não respira.

SÍDÓNIO
(olhando, de olhos muito abertos, o oficial inglês imóvel à sua frente)
Este homem está morto."

Em breve, não perca, neste blog perto de si:

Se não está morto não serve para esta história.



quarta-feira, novembro 05, 2003

Quem espera sempre alcança.

Esta grande verdade vai ser confirmada.
Finalmente, pode ser dada a possibilidade de leitura da nova sinopse.
Comparem com a anterior, aqui publicada em 22 de Outubro, e constatarão que efectivamente há uma mudança narratológica.
Fazem favor:

O MISTÉRIO DA ESTRADA DE SINTRA

Sinopse

Sintra, 1870.
O inglês está morto, há que encontrar um culpado. É o que faz a polícia. O inglês está morto, é preciso dar a notícia. É o que fazem os jornalistas. O inglês está morto, é preciso esconder o cadáver. É o que fazem os conspiradores. Quem é aquele oficial sedutor que ganhou para si os favores carnais de um dos melhores partidos portugueses, quem é aquela condessa insatisfeita com um casamento aparentemente perfeito, quem é aquele primo protector apaixonado, quem são os dois homens que o primo leva para a casa de Sintra e que chegam tarde demais para salvar o inglês, quem são os polícias que tudo vasculham na calada da noite, quem é o marido atraiçoado e porque é que sempre que se fala dele parece que se pões a segurança nacional em risco? Qual é o Mistério da Estrada de Sintra?

Mediterrâneo, ao largo da ilha de Malta, alguns meses antes.
Um duelo em alto mar, o fogo arde nas tochas, na expressão dos oponentes e no coração de Luísa, a mulher disputada. Um tiro ecoa no silêncio da noite…
Luísa, Condessa de Valada é uma das mulheres mais bonitas de Portugal. Casou ainda jovem com um político bastante mais velho e vive uma relação aparentemente feliz. Vasco, primo de Luísa, seu confidente e amigo é o único que tem consciência de que nem tudo são rosas nesse casamento perfeito. Para que não se sinta só, resolve acompanhar o casal num cruzeiro de recreio a Malta, a bordo do Ceilão, um navio de pavilhão britânico. É nesse ambiente de luxo que os três travam conhecimento com o capitão Rytmel, um jovem oficial herói de guerra na Índia. Mas Rytmel é também um sedutor fleumático irresistível para qualquer mulher. E a bordo também se encontra uma das suas mais recentes conquistas: a cubana Cármen, casada com um galego tão idoso quanto misterioso, mais interessado na recolha de informação confidencial do que em garantir a santidade do seu matrimónio. Não tarda que Luísa aproveite o facto do marido se encontrar ofuscado pela soberba dos ingleses para cair nos braços do oficial. E assim começa esta história de amor proibido.
E toda esta história chega à opinião pública através da escrita dos jornalistas Ramalho Ortigão e Eça de Queirós. Entre ambos também existe uma disputa. Será que tudo o que escrevem corresponde à realidade?
Em Malta, o Conde, Vasco e o galego descobrem que Rytmel transporta consigo documentos de vital importância que interessam tanto a Inglaterra quanto a Portugal, quanto a quem mais quiser pagar por eles. E Rytmel, de predador emocional, transforma-se numa presa política apetecível. Conclui-se então que à imagem do que o galego já tinha feito, também o Conde tenta usar a mulher e a relação que esta mantém com o inglês a seu favor. A competição aumenta, as amizades desvanecem-se, os espíritos tornam-se quezilentos e ninguém tem coragem de assumir que na realidade é de uma traição que se trata porque o que está em jogo é demasiado alto. Até que Rytmel tenta fugir com a Condessa a meio de um passeio. Vasco está lá para o impedir e a disputa descamba em duelo.
Ferrão e Sidónio regressam a Lisboa pela pacata estrada de Sintra. São abordados e raptados por dois desconhecidos encapuzados. Ferrão, um bon vivant que conhece toda a sociedade e o médico Sidónio são conduzidos a uma casa desconhecida. Na sala jaz um corpo. O encapuzado insiste que Sidónio o examine. O veredicto é rápido e contundente: “este homem está morto”. Este homem é Rytmel, os encapuzados são Vasco e o cocheiro. Mais há mais uma figura na casa, transfigurada e à beira da loucura: Luísa, a Condessa de Valada.
Os jornalistas sabem que são acossados pela polícia secreta, pois parecem ser os únicos que estão a par de toda a história. Nos corredores do São Carlos concluem que foram longe demais. É preciso por um ponto final na tragédia antes que a tragédia também os atinja.
Em Sintra, Ferrão e Sidónio reclamam liberdade. Foram envolvidos num crime que não lhes diz respeito. A confusão está instalada, mas tudo tende a piorar. À casa chega um último interveniente e à procura de respostas. O Conde, o marido enganado, o espião dissimulado está pronto a intervir, pelo menos para salvar a face. Quem matou Rytmel, como é que ele ali foi parar? O que é que cada uma destas pessoas pode fazer para sair desta história sem se queimar?

Uma história onde o amor é mais forte do que a tradição, a intriga escapa às evidências e tudo corre freneticamente, como num jogo. O Mistério da Estrada de Sintra desafia todas as convenções. A premonição está lançada desde o início da história. Tudo acabará em fogo."

O discurso modou.
Para melhor ou para pior?
Em quê?

"Sem um cadáver bem morto a história não pode viver"
em breve neste blog perto de si.

segunda-feira, novembro 03, 2003

O Novo Guião

É verdade, vou iniciar a divulgação periódica do novo guião.
De momento, a falta do guião, é a única coisa que me impede de iniciar a pré-produção. Estamos (Fonseca,Vaz e Paixão) em fase de acabamentos.
Já há algum dinheiro (bastante), falta algum, nomeadamente o resto.
Mas para saber o que é o resto, tenho de ter um guião. Este, é um documento precioso para se havaliarem custos e consequentemente o valor de "o resto"
Em breve iniciarei a divulgação do alinhamento do argumento, ou seja; mostrarei como a mesma história pode ser contada, não só a partir de um novo discurso, mas sobretudo apoiada, num novo conceito narratológico.

Esperem para ver.

Quem espera sempre alcança e autoclismos
Dálle (embora suiços, a palavra tem origem na nacionalidade do proprietário da fábrica, o português "dá-lhe")

em "O Senhor Presidente Falou (ou será falhou)", Marinha, Buraco cinco, 2003

domingo, novembro 02, 2003

Porque hoje é Domingo 3

É domingo. E porque hoje é domingo, faziam falta.
Muita falta mesmo.
Particularmente este que vem de muito longe.
Do Brasil, um querido amigo, conhecedor da profissão de fazer de conta, de fazer com que os outros façam de conta e, sobretudo, de representar com a mestria dos grandes actores.
Mandou-me este comentário que muito me honra por vir de quem vem:

"Estou cá visitando seu blog e pensando se a idéia de um novo
guião vem da nescessidade de atualizar o tratamento cinematografico
ou uma exigência de mercado? Não li o anterior. Gostaria de lê-lo.
Estou tentando, aqui em terras equatoriais, comprar "O Mistério..."
do Eça mas ainda não achei. Vou encontrar. Quero ver, também, o novo
roteiro(nem que seja aos pedaços)muito em breve. Desculpe tantos
gerundios mas...o que há de fazer, não é?"

De mais perto, mas ainda assim, do meio do oceano Atlântico. De alguém atento e com interesse nesta actividade que visa a escrita de "coisas" para serem vistas:

"CONSIDERAÇÕES SOBRE A ADAPTAÇÃO
Aconteceu-me cruzar com "The Shinning", de Stephen King, adaptado
pelo próprio para a televisão em dois episódios. São cinco horas de
redundâncias e banalidades que só servem para admirarmos ainda mais a versão de Kudbrick, o Jack Nicholson, e também o Francisco Nicholson (porque ser argumentista não deve ser nada fácil).
Depois de assistir à versão para televisão, comecei por admirar a
capacidade que o Kudbrick teve de deitar informação fora. Os conflitos
interiores dos personagens do livro, as suas dificuldades de comunicação,
nada disso o interessou. Seduziu-o mais uma quantidade de planos que mostram uma criança a pedalar pelos corredores do hotel, o som que se alterna consoante as rodas percorrem tapetes ou soalho, por exemplo.
Parece-me que todos os casos de adaptações cinematográficas de
sucesso aconteceram quando os cineastas usaram um livro da mesma maneira que um músico de jazz utiliza um standart: porque não interessa o que se toca, interessa é ter algo para tocar, uma melodia e uma harmonia que sirva para ser destruída a nosso gosto, interessa encontrar a matéria com a qual se pode construir o nosso ambiente, expor a nossa ideia.
Um outro exemplo, também musical: a versão do "Suzanne" da Nina
Simone. Leonard Cohen canta este tema com mágoa, como se tudo o que a Susana é fosse uma tragédia, um fatalidade na sua vida. Nina Simone, por seu lado, embora cante exactamente as mesmas palavras, celebra a pessoa que é Susana, conta-nos como está contente de existir uma mulher que a "alimenta a chá e laranjas". Os dois cantores adaptaram o mesmo texto para exprimir "um
ambiente" e uma "ideia" que era deles, não do papel.
Talvez no fundo uma narrativa seja tão abstracta como uma pauta musical, não
diga nada só por si, mas apenas quando acompanhada de uma estética."

Isto não vai ficar assim!
Não vai, não!
Esperem por:
"Notícias do novo guião"
neste blog perto de si.